A Corio Generation, companhia inglesa de geração de energia eólica, pretende construir um parque eólico gigante no mar de Presidente Kennedy, no Sul do Espírito Santo. Pelo projeto, o empreendimento ocuparia 250 km² de lâmina d'água e teria capacidade de gerar 1,2 GW de energia elétrica. O empreendimento é um consórcio da inglesa com a brasileira Servtec Energia. A Corio faz parte do braço de investimentos verdes do Grupo Macquarie, da Austrália, que possui mais de US$ 500 bilhões em ativos.
Trata-se do quinto projeto de eólica offshore no Espírito Santo - Votu Winds, Geradora Eólica Brigadeiro II, Bluefloat Energy do Brasil e Shell são as outras empresas com pretensões por aqui. Todos eles aguardam a publicação do marco legal para a utilização da lâmina d'água do mar para este fim, por parte do governo federal, para deslanchar. A expectativa dos empreendedores é de que o regramento seja publicado até julho pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Mesmo sem marco regulatório, os executivos já estão debruçados sobre o projeto. Nesta segunda-feira (14), representantes da Servtec e da Corio estiveram com o vice-governador e secretário de Desenvolvimento do Estado, Ricardo Ferraço. Um memorando de entendimento foi estabelecido com o objetivo de firmar uma colaboração entre as partes. "Trata-se de uma nova indústria que está surgindo. Temos de trabalhar em conjunto com União, estados, municípios, entidades e demais empresas no sentido de vencermos as dificuldades que vão surgir", explicou Ricardo de Luca, diretor da Corio no Brasil.
"O potencial que temos à frente é enorme. O mundo todo está de olho no que estamos fazendo aqui no Brasil. O mundo precisa de um fornecedor confiável de hidrogênio verde, e este fornecedor tem tudo para ser o Brasil. Precisamos qualificar a mão de obra, montar infraestrutura de portos e de suprimentos. Imagina que uma torre de geração tem 250 metros de altura e são várias. É uma estrutura enorme de entorno", argumenta Ricardo Simões, diretor da Servtec.
Um projeto desta envergadura tem um tempo médio de implantação de sete anos. Ou seja, estamos falando de uma operação que começaria a rodar, tudo dando certo, em 2030. Sobre o investimento, hoje, na média mundial, cada MW implantado custa US$ 3 milhões. Como se trata de um projeto com 1.200 MW, são US$ 3,6 bi.
A escolha pelo litoral Sul do Estado se deu pela qualidade dos ventos, pela infraestrutura portuária e pela proximidade com os grandes centros consumidores de energia. Corio e Servtec ainda não têm estudos sobre a produção de hidrogênio, mas está no radar.
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