O presidente do Ibama, Rodrigo Antonio de Agostinho Mendonça, assinou, nesta quinta-feira (11), a licença de instalação do Porto Central, complexo portuário e industrial de grande porte que será construído em Presidente Kennedy, Sul do Espírito Santo. A informação foi dada pelo próprio Rodrigo Agostinho ao secretário estadual de Meio Ambiente, Felipe Rigoni. Eles participaram, nesta quinta, de uma reunião, em Belo Horizonte, do Comitê Interestadual do Desastre do Rio do Doce.
"Sob o ponto de vista ambiental não há mais qualquer amarra que impeça o início das obras do Porto Central. A licença de instalação já está assinada e deve ser publicada nesta sexta-feira (12) no Diário Oficial da União. É uma grande notícia para a economia do Espírito Santo", assinalou o secretário.
Com o licenciamento nas mãos, os empreendedores pretendem iniciar as obras o quanto antes. A expectativa é de que a supressão da vegetação comece nas próximas semanas. O movimento de obra será iniciado logo na sequência, quando o terreno estiver liberado. As negociações sobre a vinda de empreendimentos para dentro do complexo estão andando. No final de abril, por exemplo, Porto Central e a Companhia Energética Integrada (CEI) assinaram um memorando de entendimentos para a construção de plantas de energia fotovoltaica e de produção de hidrogênio verde. A meta é que as unidades, nesta primeira fase, estejam funcionando em 2026, com investimento previsto de R$ 100 milhões.
A primeira fase do Porto Central será completamente voltada para o setor de energia. A TPK Logística, controladora do complexo, enxerga uma grande oportunidade na expansão da produção de óleo e gás no país, fundamentalmente no pré-sal (que vai do Sul do Estado até o litoral de São Paulo). Haverá muita demanda por prestação de serviço de suprimento, estocagem e movimentação de óleo e gás. Na outra ponta aparece a geração de energia renovável (solar e eólica) e o hidrogênio verde (produção e distribuição).
A construção da EF-118, ferrovia que ligará Vitória ao Rio de Janeiro, abrirá o leque de conexões do porto e as possibilidades de novas cargas (e negócios). Como ainda não está claro quando isso se dará, o foco está no setor de energia, que está se desenvolvendo no mar. O complexo ficará em uma área de quase 2 mil hectares (20 milhões de m²). Quando estiver 100% consolidado, serão 10 quilômetros de berços e píeres que receberão todo o tipo de carga (contêineres, carga geral, minerais e produtos do agro). A profundidade máxima será de 25 metros, podendo receber navios com até 400 mil toneladas de capacidade, os maiores do mundo.
Em julho de 2016, o Ibama concedeu uma licença de instalação para o Porto Central. Mas o projeto acabou sendo alterado e um novo licenciamento precisou ser feito. De lá para cá, muitos acontecimentos impactaram o andamento dos trabalhos, entre eles a crise econômica brasileira e a pandemia. Agora, o projeto é considerado maduro e há, entre os empreendedores, a plena confiança de que irá decolar.
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