Primeiro trimestre de 2017. Michel Temer era o presidente da República, Paulo Hartung estava no governo do Estado e ninguém nunca tinha ouvido falar de Covid. Esta foi a última vez que a indústria do petróleo e gás do Espírito Santo teve crescimento: 9,7%. Faz muito tempo. O declínio do segmento, que ainda responde por 25% da indústria capixaba, está puxando o PIB industrial para baixo. No primeiro semestre do ano, enquanto serviços (6,2%) e agropecuária (2,3%) avançaram, a indústria encolheu 2,1%. Os números são do Observatório da Indústria, da Findes.
O cenário é de preocupação, afinal, os campos de produção de óleo e gás do Estado estão cada vez mais maduros e as petroleiras - destacadamente a Petrobras, cujo foco está no pré-sal - reduziram os investimentos na busca por novas áreas no Espírito Santo. Sem exploração de novas áreas, não há renovação. Diante deste cenário, se nada acontecer, a produção geral vai seguir encolhendo.
O pico da produção de óleo e gás no Estado foi em 2016 - 168,7 milhões de barris equivalentes. Em 2021, a extração total ficou em 89,4 milhões de barris. Queda de 47% numa janela de apenas cinco anos.
Além de reduzir de maneira relevante o dinamismo econômico capixaba, há fortes impactos nas contas públicas, já que o recolhimento de royalties e participações especiais também só faz cair. Entre 2012 e 2014, os municípios e o Estado receberam, na média, R$ 4 bi por ano. Em 2020, este valor ficou abaixo de R$ 2,5 bilhões. A situação só não está pior porque o câmbio está ajudando. O dólar valorizado compensa, em parte, a queda da produção. Só não sabemos até quando.
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