A proposta de R$ 127 bilhões feita por BHP, Vale e Samarco para a reparação dos danos causados pelo estouro da barragem de Mariana (MG), em novembro de 2015, deixou o governo do Espírito Santo bem perto de dar seu ok para o fechamento do acordo. A colunista de A Gazeta Vilmara Fernandes apurou que o Estado e as 33 cidades da bacia do Doce que foram impactadas receberão algo perto de R$ 18 bilhões. O recurso, caso o martelo seja batido, será para reparação ambiental, compensações e aportes em saneamento.
"Da nossa parte tem tudo para caminhar. A inclusão dos municípios do Litoral Norte entre as áreas atingidas pela tragédia do ponto de vista jurídico resolveu um grande problema do Estado. Todo o litoral entre Serra e Conceição da Barra passam a ter a garantia de ações compensatórias e reparatórias. Este era um problema que foi solucionado. O tamanho da indenização pode ser debatido, mas acho que não será o problema, e vamos negociar para receber tudo em dez anos, as empresas querem pagar em 20", explicou o governador Renato Casagrande.
O mandatário capixaba afirma que as maiores dúvidas estão dentro do governo federal. "Há alguns pontos de dúvida dentro do governo federal. Primeiro que eles defendem uma indenização maior. Outro ponto é que as empresas querem, a partir do pagamento, a quitação total do passivo, mas se trata de um impacto muito grande, o governo ainda tem dúvidas. Como se darão as respostas ambientais e sociais? O governo federal assume tudo? Não estão convencidos ainda, são pontos que estão sendo estudados e negociados".
O próximo passo, a partir do comunicado ao mercado feito nesta segunda-feira (29) pela Vale, é o governo federal chamar os representantes de Minas Gerais e Espírito Santo para uma conversa. O que deve acontecer nas próximas semanas. O certo é que, quase dez anos da tragédia que matou 19 pessoas e impactou todo o Rio Doce e seu entorno, não cabem mais atrasos nesta negociação.
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