A Log-In é a companhia responsável pela operação do Terminal Portuário de Vila Velha (TVV) pelos próximos 25 anos. Trata-se da única estrutura a trabalhar com contêineres no Espírito Santo, um ator fundamental no palco da (congestionada) infraestrutura logística do Estado. Portanto, no curto prazo, a solução para a crise portuária do Espírito Santo passa pela empresa de capital aberto que tem a Sas Shipping Agencies Services Sàrl (subsidiária da MSC) no controle (73% das ações) e a Alaska Investimentos (15%), de São Paulo, na sociedade.
"A solução do problema está na abertura de mais espaços para a operação. Não há outra alternativa", disse o diretor-geral de Terminais da Log-In, Gustavo Paixão. "Estamos em contato com a Vports e algumas áreas alternativas dentro do porto, já com infraestrutura física básica, estão sendo avaliadas para darmos conta de atender a atual demanda que, importante ressaltar, cresceu muito e muito rapidamente nos últimos meses. Encontradas as áreas, vamos precisar fazer um trabalho junto à Receita Federal para que o alfandegamento saia extraordinariamente mais rápido. Vale destacar que um dos nossos portêineres (estrutura gigante para movimentar contêineres) está sendo reformado e volta à operação em setembro. Sem ele, estamos com uma capacidade 20% menor. Creio que este pacote reduzirá os gargalos", explicou o executivo.
Mas por que a expansão de áreas não se deu anteriormente, de forma planejada? Paixão afirma que a Log-In pediu, mas não foi atendida. "É um desejo antigo nosso, mas acabou não acontecendo. Imagino, por uma decisão estratégica da autoridade portuária (antes era a Codesa e, do final de 2022 para cá, Vports). Hoje, temos 108 mil m² de área e dois berços de atracação. Em 2022, formalizamos o desejo de um terceiro berço e de mais duas áreas dentro do porto, uma com 60 mil m² e outra com 67 mil m² (da antiga Hiper Export), o que nos daria um ganho enorme. Mas, depois de muita negociação, não evoluiu, mas não por falta de interesse nosso, tínhamos e ainda temos interesse de expansão. Perdemos a oportunidade, em 2022, de evitarmos os problemas atuais".
O berço pedido em 2022 está disponível por demanda (pode ser usado por outros operadores). A área de 60 mil m², de frente para este berço, já foi ocupada. A da antiga Hiper Export, que ficará disponível em agosto (está sendo usada temporariamente por carros), segue no alvo da Log-In. "Estamos interessados e sentados à mesa de negociações pelo espaço que era da Hiper. Sempre estivemos dispostos a assumir aquela área. Agora, é importante dizer, mesmo que fechemos hoje um contrato com a Vports, não vai ser dali que sairá a solução. Infraestrutura não se faz de uma hora para outra, são, pelo menos, dez meses entre assumir e começar a operar", assinalou Paixão.
Mesmo apontando problemas, o executivo da operadora faz questão de destacar que o aumento do volume de cargas foi muito forte e que o estresse seria inevitável em qualquer cenário. "O movimento de contêineres, no TVV, cresceu 63% no primeiro trimestre do ano. É fato que os carros importados ocupam parte disso, mas o movimento de café avançou 250%. Tivemos de nos virar para dar conta, inclusive alugando áreas de outros operadores dentro do porto. Todos os portos do Brasil estão passando por um momento de estresse, afinal, são décadas de carência nos investimentos em infraestrutura como um todo, não apenas nos portos. É uma questão nacional".
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