O ano começou "esquisito" na avaliação de vários agentes do segmento imobiliário ouvidos pela coluna. Se de um lado as vendas de estoques e lançamentos já em obra estão andando, o mercado da Grande Vitória está praticamente parado sob o ponto de vista de novos lançamentos. Fora o Una, da Grand, em Vitória, tudo segue como terminou o ano de 2022.
Corretores, incorporadores e construtores aguardam que o governo Lula sinalize com mais clareza para onde irá a economia brasileira: juros, inflação e crescimento econômico. A nova regra fiscal, cujo projeto será encaminhado ao Congresso para substituir o teto de gastos, deve ser divulgada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, até o dia 20 de março. Trata-se da sinalização mais esperada. O empresariado afirma que, se vier algo de qualidade, que deixe claro que a dívida pública não vai estourar, as coisas começam a andar.
"Uma regra boa e clara tem a capacidade de ancorar as expectativas. Com gastos públicos no lugar, a inflação fica mais comportada, abre espaço para queda de juros e, consequentemente, para a economia crescer. O nosso setor, que depende muito de capital e de dois ou três anos para que a obra fique pronta, depende disso tudo, depende de confiança. Nossa expectativa é de que o governo sinalize, com a nova regra, que teremos previsibilidade e confiança", disse Eduardo Fontes, presidente da Associação Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) do Espírito Santo.
Grande Vitória (puxando a fila), Linhares e a região Serrana do Estado (Domingos Martins e Santa Teresa destacadamente) seguirão sendo as áreas com o maior desenvolvimento. Os altos preços praticados, principalmente em Vitória, deverão se manter onde estão. Se a economia entrar em uma fase de baixa, com o setor produtivo retraído, haverá um platô - não subirão, mas também não cairão. Se a economia voltar a crescer, também haverá um platô, mas mais curto. Os preços voltarão a subir, não na velocidade de 2021 e 2022, mas vão subir.
Em Vitória, onde o preço do metro quadrado superou os R$ 10 mil, a única chance de preços menos salgados reside em mudanças no Plano Diretor Municipal, o que não é fácil.
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