Um dos anúncios que mais deixou o governador Renato Casagrande animado nesta terça-feira (17), durante a visita dos ministros Renan Filho (Transportes) e Rui Costa (Casa Civil) para o lançamento do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) no Espírito Santo, meio que passou despercebido. Trata-se da confirmação, por parte de Renan Filho, da construção do ramal da Ferrovia Vitória-Minas que a Vale fará entre Santa Leopoldina e Ubu, em Anchieta. "É um avanço extraordinário", comemorou o governador
Muito embora as conversas, lideradas pelo vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento do Estado, Ricardo Ferraço, tenham avançado bastante este ano, havia a preocupação dentro do governo estadual sobre os recursos que financiariam a construção do ramal, orçado pela Vale em mais de R$ 6 bilhões. Isso porque, no final de 2021, quando ao Vale assinou, junto ao governo federal, a renovação antecipada das concessões das ferrovias Carajás e Vitória-Minas, a obrigação assumida eram as obras da Ferrovia de Integração Centro-Oeste, entre Mara Rosa, em Goiás e Água Boa, Mato Grosso (R$ 8,7 bi), o investimento na modernização de Carajás e Vitória-Minas (R$ 3,7 bi), além do pagamento de R$ 11,9 bilhões em outorgas. O ramal capixaba teria de passar por uma avaliação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e os recursos para a construção sairiam da outorga paga ao governo federal.
"A palavra do ministro Renan Filho foi muito enfática. Disse para mim, em particular, e também de público que a construção, deste trecho até Ubu, será feita pela Vale e está garantida", afirmou Casagrande. "Importante dizer que está na estratégia do governo federal fazer a ligação entre Espírito Santo e Rio por ferrovia, tudo ainda está sendo estudado, mas, saindo essa primeira etapa, que inclui a Samarco e o Porto de Ubu, fica muito mais fácil viabilizar a ligação completa".
Importante um contexto: ANTT e Ministério dos Transportes estão em plena renegociação com a Vale sobre os termos do contrato que estabeleceu a renovação antecipada da Vitória-Minas e de Carajás. Na visão do governo, o contrato é precário e os investimentos como contrapartida ficaram abaixo do potencial.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.