Pelas contas da Organização das Nações Unidas (ONU), a produção mundial de alimentos terá de aumentar 70% até 2050 para suprir a demanda da população. Analistas afirmam que quase metade disso virá do Brasil. Para tal, o país precisará de dinheiro novo. O Plano Safra, crédito subsidiado do governo federal operado pelo Banco do Brasil, hoje já não é suficiente para as necessidades do agro. Num cenário de expansão a situação piora.
Estamos falando de um setor que produz R$ 1,1 trilhão por ano e precisa, para isso, de R$ 750 bilhões em crédito. O Plano Safra, historicamente o principal aportador de recursos no setor, deve colocar no mercado, em 2022, algo próximo a R$ 250 bi, ou seja, os outros R$ 500 bilhões terão de ser "arrumados" de algum jeito. Uma das formas mais tradicionais é a operação Barter, que nada mais é que um escambo: o pagamento pelo insumo é efetuado por meio de troca por produtos da propriedade. Não há intermediação monetária neste tipo de operação. É um crédito normalmente caro, mas que, diante da escassez, atende o produtor.
"Para crescer na proporção necessária, vai ter que ter mais fontes e opções de capital. Temos algumas novidades, e a que melhor se apresenta é o Fiagro. Produtor e mercado financeiro vão se aproximar, sem dúvida, afinal, é interessante para os dois mundos", afirma Vitor Lopes Duarte, diretor da Suno Asset. O Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) é uma junção dos recursos de vários investidores para a aplicação em ativos do agronegócio.
"Esquece desmatar para produzir mais. Isso não é mais aceito no mundo, vai ter de produzir na mesma área. Para entregar esse aumento de produção, vai ter de investir forte em tecnologia e genética. Para que o produtor consiga fazer isso, novas formas de crédito estão surgindo, a legislação passou a permitir. O mercado de capitais está aprendendo com o produtor e o produtor certamente vai aprender conosco".
Vitor Lopes Duarte é um dos palestrantes do Tecnoagro, evento que a Rede Gazeta vai promover nos dias 9 e 10 de junho em Linhares. Ele estará no painel "Mercado de Capitais", às 14h de quinta-feira (09).
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