O setor de rochas vai enfrentar de frente o desafio do ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança), que, aliás, é uma frente desafiadora para todos os setores da economia. Ciente de que o mercado comprador (principalmente o internacional) exige cada vez mais a adoção de boas práticas, o Centrorochas, entidade que reúne os exportadores brasileiros de pedra, contratou o Ifes para fazer o EPD (Environmental Product Declaration - Declaração Ambiental de Produto) da indústria no Brasil. O objetivo é estudar o ciclo de vida, o impacto ambiental de toda a cadeia e comprovar cientificamente que as consequências da produção para o meio ambiente são menores que as provocadas por concorrentes. O trabalho será entregue em um ano e meio.
"O nosso EPD ainda não está pronto, mas cadeias de rochas de outros lugares do mundo já têm, portanto, temos uma noção robusta do que será apresentado. O impacto ambiental da cadeia de rochas é muito menor que o de vários concorrentes, principalmente os revestimentos artificiais. Precisamos ter esse dado na mão para começar a divulgar. Isso vai nos dar muito repertório, não temos que ter medo de falar em sustentabilidade, de falar em ESG", afirmou Fábio Cruz, vice-presidente do Centrorochas.
"O EPD que estamos contratando junto ao Ifes é de todo o setor. A partir dele as empresas poderão fazer a sua própria declaração, que pode ser maior ou menor que a média do setor. Isso acaba incentivando a adoção de melhores práticas por toda a cadeia".
O executivo explica que o EPD é a porta de entrada para uma certificação muito relevante dentro da indústria internacional da construção civil, o LEED, Leadership in Energy and Environmental Design (liderança em energia e design ambiental). "Vários dos grandes empreendimentos comerciais dos maiores centros do planeta querem o selo Green Building (edifício verde). Se não temos as certificações necessárias, o nosso produto nem entra no jogo, ou seja, é algo muito importante para o incremento do negócio".
Hoje, o setor de rochas brasileiro exporta algo perto de US$ 1,2 bilhão (R$ 6,7 bilhões) por ano, cerca de 80% disso sai de empresas do Espírito Santo.
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