É claro que o pedido para a construção de uma ferrovia contornando a Serra do Tigre, em Minas Gerais, vai ter grande destaque na audiência pública que será realizada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para discutir a renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) à VLI Logística. Mas não estará sozinha no pacote de pleitos e sugestões que serão apresentados pelo setor produtivo e pelo governo do Espírito Santo.
O encontro está marcado para a próxima terça-feira (15), no prédio da Federação das Indústrias do Espírito Santo. A VLI administra a maior ferrovia do Brasil (são mais de 7 mil quilômetros cortando oito estados, movimentando carga entre o Brasil Central e o litoral) desde 1996 e quer mais 30 anos de contrato. A companhia apresentará o seu plano de investimentos em uma eventual nova concessão, que pode chegar a R$ 30 bilhões. Representantes da sociedade capixaba (empresários, entidades, políticos...), por sua vez, poderão fazer questionamentos e apresentar sugestões. A ANTT, responsável pela gestão do ativo federal, é quem conduz todo o processo e coordena eventuais mudanças.
Governo e entidades empresariais do Estado estão construindo um documento único que reunirá várias solicitações além da variante da Serra do Tigre. Entre elas está a ampliação da capacidade do terminal de Pirapora (Noroeste de Minas Gerais) e das conexões da estrutura com as regiões produtoras de soja do Norte e Centro-Oeste de Minas Gerais, que vêm crescendo forte e naturalmente (por causa da localização e da infraestrutura já instalada) deve escoar a sua produção pelos portos do Espírito Santo.
Também está no pacote a sugestão de melhorias na passagem pela Grande Belo Horizonte, onde a FCA se conecta à Ferrovia Vitória-Minas. A mancha urbana cresceu muito nas últimas décadas e acabou sufocando a estrutura ferroviária, tirando eficiência da operação. Por fim, será pedido um aumento de capacidade do ramal João Neiva/Barra do Riacho, que liga a Vitória-Minas aos terminais portuários de Aracruz. Hoje, a via é praticamente de mão e contramão, a ideia é de que pátios sejam construídos para que mais composições operem ao mesmo tempo, ampliando muito a capacidade do trecho.
Diferente da Serra do Tigre, que demanda investimentos que podem chegar aos R$ 10 bilhões, as demais sugestões dependem de aportes bem menores.
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