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"O jovem está muito acelerado nas ambições, aí vêm as frustrações", alerta ex-CEO da Aracruz Celulose e Fibria

Nosso último videocast de 2024 é com Carlos Aguiar, ex-presidente da Aracruz Celulose e da Fibria. O executivo teve papel relevante na economia, no desenvolvimento da indústria e na política capixaba em um dos momentos mais difíceis da história do Espírito Santo

Publicado em 22/12/2024 às 00h50

O Papo de Valor #09, videocast da coluna, é com o ex-presidente da Aracruz Celulose e da Fibria, Carlos Aguiar, homem relevante na economia e na política do Espírito Santo nas últimas quatro décadas. Aguiar está lançando uma autobiografia, "Minha História no Papel", para contar as suas histórias (de vida e na indústria) e para ensinar muito.

"O jovem está muito acelerado nos desejos, nas ambições, aí vêm as frustrações. Não precisa ter tanta pressa na vida. Ele também não deve acreditar que nem tudo o Google pode resolver. Sou muito favorável ao MEI: meritocracia, experiência e inteligência. Inteligência e experiência você deve alimentar ao longo de toda a vida, sobre a meritocracia, defendo que você não deve esperar nada de ninguém, é você que tem de correr atrás, com todo o afinco. Fiz isso e o jovem deve seguir o mesmo caminho. É isso que vai te dar independência, sob qualquer aspecto".

Ele também relembra os momentos difíceis vividos, aqui no Espírito Santo, no final dos anos 90 e início dos 2000. "A Xerox tinha ido embora daqui. Víamos nos jornais de São Paulo que o Espírito Santo era uma terra sem lei. Mas, como nada ainda tinha acontecido com a gente, pensávamos que nunca chegaria. Até que um dia a Assembleia Legislativa aprovou uma lei proibindo o plantio de eucalipto para celulose. Poderia usar para carvão, mineração, siderurgia, mas não podia para celulose. Ou seja, era uma lei específica contra a Aracruz Celulose. Aí nós vimos que as instituições e a segurança jurídica estavam indo para o brejo. Nos juntamos a outros empresários também estavam sofrendo as mesmas pressões, nos aproximamos de políticos que estavam interessados em melhorar essa situação e tudo isso foi desaguar no ES em Ação. Pela primeira vez na história a Aracruz Celulose financiou campanhas políticas. Muita gente boa participou, inclusive as igrejas e a OAB. Foi um movimento para tirar o Estado daquela situação muito ruim, sem partidarização e ideologia. Se alguém me perguntar, hoje, o que o Brasil precisa fazer para melhorar, vou responder: basta imitar o Espírito Santo".

Aguiar também falou sobre sua relação com o fundador da Aracruz, o norueguês Erling Lorentzen, sobre a crise dos derivativos de 2008, que abriu um rombo de US$ 2 bilhões na empresa, e sobre a revolução na indústria de base do Estado, que ele ajudou a tocar.

Carlos Aguiar, ex-presidente da Aracruz Celulose e da Fibria
Carlos Aguiar, ex-presidente da Aracruz Celulose e da Fibria. Crédito: Farley Ferreira

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