A gerente-geral da Petrobras no Espírito Santo, Eduarda Lacerda, iniciou o seu discurso, na manhã desta segunda-feira (22), no Palácio Anchieta, no lançamento do Anuário de Petróleo e Gás da Findes, para uma plateia apinhada de empresários e executivos (vários deles vindos de Rio de Janeiro e São Paulo), elogiando as boas condições fiscais e a estabilidade institucional do Estado. Ela, que é do Norte do Rio, queria destacar que o Espírito Santo conseguiu construir algumas importantes vantagens competitivas ao longo dos últimos anos.
O governador Renato Casagrande, que estava na plateia e fechou o evento discursando, não perdeu a oportunidade dada pela executiva da Petrobras e mandou alguns recados. "O Espírito Santo vem bem, é verdade, mas é importante sempre lembrar que isto não está dado, não foi fácil chegarmos até aqui (em janeiro de 2003, o Estado devia três folhas salariais aos servidores, não havia qualquer estabilidade). Temos que olhar sempre para o passado, para aprendermos, e lembrar que o futuro depende de nós".
Sem citar as eleições de outubro agora e as de 2026, mas fazendo evidente menção, Casagrande disse que o Espírito Santo só se manterá como referência caso fique distante do que chamou de "insanidade nacional". "Temos que manter o Espírito Santo fora dessa insanidade nacional. Fugir dessas redes sociais extremadas e perigosas, isso não dá futuro. O caminho para nos mantermos bem é o do diálogo e o do equilíbrio. É difícil, todos os dias é pressão para gastar, gastar e gastar, mas não há outro. Temos que estar muito atentos ao radicalismo. Vejam no que está dando essa história de todo mundo ter uma arma".
Desde 2003, Paulo Hartung e Renato Casagrande se revezam no comando do Espírito Santo. Neste período, apesar das divergências políticas entre os dois, o Estado avançou sob o ponto de vista fiscal, institucional e nas entregas para a população. Claro que não estamos no paraíso, muito pelo contrário, mas os avanços, de 2003 para cá, são evidentes. Em 2026, Casagrande não poderá disputar e Paulo Hartung já disse que voltar a governar o Espírito Santo não está nos seus planos. O atual mandatário terá a responsabilidade de conduzir a passagem de bastão de uma das mais longevas e proveitosas eras da política capixaba. A polarização e o mau uso das redes sociais deixaram o trabalho um tanto quanto mais complicado.
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