A Operação Decanter, comandada pelo Ministério Público e pela Receita Estadual e que prendeu um ex-secretário da Fazenda do Estado Rogélio Pegoretti nesta terça-feira (12), tem conexões com a Operação Sanguinello, deflagrada em 2014. O modus operandi e alguns dos participantes do esquema investigado hoje têm relação com o que começou a ser apurado há oito anos. Os dois casos envolvem fraudes tributárias na compra e venda de vinho no Espírito Santo.
A Sanguinello ficou famosa por ter ido bem além da sonegação de impostos, calculada, na época, em mais de R$ 200 milhões pelos promotores do Ministério Público. Em fevereiro de 2014, o empresário Rodrigo Fraga se matou logo após denunciar um esquema que ele mesmo denominou "Máfia do Vinho. Em maio do mesmo ano foi deflagrada a primeira fase da Sanguinello apurando justamente o que Fraga havia denunciado.
Os tentáculos do esquema também chegaram ao Judiciário. Em outubro de 2020, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo aposentou compulsoriamente o juiz Ivan Costa Freitas, da 5ª Vara Criminal de Vitória. Ele foi condenado, em processo administrativo, porque os sócios de um supermercado procuraram o Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para relatar a oferta de uma "composição", que transpareceu que seria financeira, para retirar a empresa e um funcionário da mira da Operação Sanguinello.
Os donos do supermercado disseram ter sido procurados por um outro empresário com a tal oferta de vantagem indevida, já que a ação poderia atingir o supermercado e que "pela amizade que tinha com o juiz aquela era a oportunidade e o momento para resolver o problema", "mediante uma composição". O magistrado, após conclusão do processo administrativo, foi condenado pelo Pleno do Tribunal de Justiça.
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