Em 30 de abril, a saca de 60 kg de café conilon tipo 7 negociada pela Cooabriel, a maior cooperativa da espécie do Brasil, bateu em R$ 1.130. Um recorde. Nesta segunda-feira (13), o mesmo produto estava em R$ 920, queda de 18,5% em menos de quinze dias. No dia 29 de fevereiro, a saca valia R$ 795. O que explica uma oscilação tão forte de preços em um espaço tão curto de tempo? A coluna ouviu empresários e especialistas e, na visão deles, a especulação tomou conta durante o mês de abril, fazendo a volatilidade aumentar.
A valorização do conilon em todo o planeta se dá, fundamentalmente, por causa dos problemas climáticos enfrentados por Vietnã e Indonésia, primeiro e terceiro maiores produtores do mundo, respectivamente. O Brasil, segundo maior produtor (70% vem do Espírito Santo), se beneficia diretamente do cenário. Além disso, a qualidade do produto brasileiro vem avançando ano após ano, o que encareceu ainda mais o café produzido por aqui. A 'alta ideal' é a que vem aos poucos, como se deu entre maio de 2023 e o final de fevereiro, quando saiu de R$ 645 e chegou aos R$ 795 (+23,2%). O que aconteceu entre março e abril (de R$ 795 a R$ 1.130, avanço de 42,1%) é considerado pouco saudável, tanto que, logo na sequência, nos primeiros dias de maio, os preços chegaram a tombar mais de 20%.
A boa notícia, na visão de quem entende, é que os preços pararam de cair e, desde a última terça-feira (07), encontram-se dentro de uma certa estabilidade. O melhor cenário é que a volatilidade (tanto para cima como para baixo) seja freada e os preços voltem a subir lenta e constantemente.
Pelas estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra capixaba ficará, em 2024, em 11,065 milhões de sacas, avanço de 9% em relação ao ano passado. O conilon está presente em 50 mil das 108 mil propriedades rurais do Espírito Santo.
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