O governador Renato Casagrande esteve, na manhã desta quarta-feira (04), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília. Levou debaixo do braço uma série de demandas capixabas que dependem do governo federal para andar. O foco principal foi, como já noticiado, em cima de três temas: acordo de Mariana (sobre o rompimento da barragem da Samarco), modernização da BR 262 e ampliação do Corredor Centro-Leste (que traz cargas do Brasil Central para serem escoadas pela plataforma logística do Estado). Aqui traremos detalhes importantes da conversa, no Palácio do Planalto, que durou cerca de uma hora.
Acordo de Mariana e BR 262:
"A primeira solicitação foi, claro, para que o acordo de Mariana saia. Já se passaram quase dez anos (a barragem estourou em 5 de novembro de 2015) e até agora não temos uma solução. Além disso, levei ao presidente o pedido para incluirmos na redação do acordo uma autorização para o uso de parte dos recursos que virão para os estados de Minas Gerais e Espírito Santo nas obras de ampliação da BR 262. Apesar de ser um desejo comum dos dois governos, isso ainda não está resolvido. Existe uma corrente que entende que os recursos a serem pagos (por Vale e BHP, donas da Samarco) devem ir integralmente para investimentos na área de influência da Bacia do Rio Doce. A 262 não está nesta área. Temos que colocar esta autorização no acordo, não podemos perder a oportunidade. Trata-se de uma via fundamental para Espírito Santo e Minas Gerais", ponderou o governador capixaba.
Corredor Centro-Leste
"Entreguei uma carta para o presidente explicando a importância deste corredor logístico para o Brasil. Temos um parque portuário importante e que vai crescer ainda mais. E o Brasil precisa escoar a sua produção, destacadamente o agronegócio. Os terminais portuários do Brasil estão estrangulados e o Espírito Santo se apresenta como solução. O Porto da Imetame, que será inaugurado no segundo semestre de 2025, é o maior investimento do tipo no país. Nós precisamos trazer mais cargas para cá, fui lá apresentar a solução defendida pelo governo capixaba, que é a construção de uma ferrovia alternativa, mais eficiente, à Serra do Tigre (em Minas Gerais). Importante dizer que isso é muito falado no Espírito Santo, mas não em Brasília. Falei também com o vice-presidente Geraldo Alckmin. A renovação do contrato de concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que é a que passa lá na Serra do Tigre e conecta a Vitória-Minas (que chega ao ES) ao Brasil Central, está em debate, fomos lá apresentar o que queremos. Isso duplicaria a carga transportada para o Estado. O governo federal, dono do ativo, pode colocar a obra como obrigação da concessionária, pode buscar uma outra empresa para fazer a construção e pode até fazer um investimento direto, o ponto fundamental é incluir a questão da Serra do Tigre no debate de Brasília", explicou Casagrande.
O trabalho de caixeiro-viajante vai continuar. O governador convidou o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin para virem a Aracruz conhecer o Porto da Imetame. "Ele disse que irá ao Estado conhecer o projeto. É um trabalho de convencimento".
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