O governador reeleito do Estado, Renato Casagrande (PSB), ainda não conseguiu falar com o presidente eleito (pelo menos até o início da tarde de segunda-feira (31), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas já entrou em contato com assessores próximos do petista para estabelecer as pontes e apresentar as primeiras demandas, que, por sinal, já estão na ponta da língua.
"Primeiro eu vou parabenizar o Lula, claro. É hora de parabenizar, mas já tenho as minhas demandas quando o momento oportuno chegar. Vou levar os problemas das BRs 262 e 101 e a questão da ferrovia (EF 118)", adiantou o governador. Todos projetos fundamentais para a infraestrutura do Estado e que dependem de uma sinalização e da boa vontade de Brasília.
A BR 101 foi concedida à iniciativa privada no início da década passada, entretanto, a EcoRodovias, responsável pelo trecho da 101 que corta o Estado, já anunciou a intenção de devolver a concessão para o governo federal. Pelo rito tradicional, serão pelo menos dois anos até uma nova licitação ser feita, o que vai atrasar ainda mais uma duplicação que já está completamente fora do cronograma estabelecido por contrato. O governo do Estado até tenta uma alternativa de assumir o contrato de maneira transitória para evitar que o ritmo de obra caia ainda mais, mas o papo ainda é embrionário.
No caso da 262, o governo federal nunca conseguiu passar a rodovia para a iniciativa privada. Com traçado complicado, o que demanda um investimento elevado para a duplicação, a rodovia que liga o litoral capixaba ao Brasil Central não interessa, pelo menos até agora, ao investidor privado. Já foram dois leilões frustrados.
Sobre a EF 118, a intenção do governo capixaba e do setor produtivo é, por meio ferroviário e pelo litoral, ligar a Grande Vitória ao Rio de Janeiro. Por meio da outorga antecipada da Ferrovia Vitória-Minas, a Vale já se comprometeu a fazer o trecho até Anchieta e entregar o projeto executivo pronto até Presidente Kennedy. O que o Estado quer é tirar do papel de Anchieta para frente. O argumento é que a ferrovia ligaria o hub portuário de Rio e Espírito Santo ao Brasil Central.
O governador também quer saber do presidente eleito como será o novo programa social do governo federal. Diante do desafio da pobreza, a intenção é fazer uma contrapartida por aqui. Outra questão será sobre habitação popular. "Não tivemos nada de habitação popular nos últimos anos. É algo que precisamos fazer, estamos em um vácuo", disse Casagrande.
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