Paul Clements-Hunt, executivo que liderou o time da ONU que, no início dos anos 2000, criou o termo ESG (Environmental, Social and Governance - Ambiental, Social e Governança), esteve nos últimos dias, em Vitória, para participar do Horasis Global Meeting, uma das maiores fóruns de sustentabilidade, inovação e governança do planeta. Foi a 11ª primeira vez dele no Estado. Trata-se de uma história intensa, afinal, ele esteve aqui pela primeira vez em meados do ano passado. De lá para cá, aproximou-se muito do governador Renato Casagrande, que é presidente do Consórcio Brasil Verde e ampliou os laços.
Para Clements-Hunt, a transformação vivida pelo Espírito Santo do princípio dos anos 2000 para cá, impulsionada pela boa interlocução entre governos e setor produtivo, serve de exemplo para todos os lugares. "O Espírito Santo se destaca como um Estado dinâmico e bem governado. Essa visão se alia a uma sociedade empresarial forte e comprometida com a sustentabilidade, o que tem atraído grandes investidores. O Estado passou por uma transformação desde os desafios administrativos enfrentados no início dos anos 2000, consolidando-se como um modelo sustentável e promissor. Após visitar Vitória diversas vezes, acredito que o 'espírito capixaba' é um ingrediente especial que une governo, comunidade e setor privado em prol de um objetivo comum".
A estabilidade alcançada é fundamental para alcançar voos mais altos no longo prazo. "Como estado, é politicamente estável. Tem uma visão ESG, tem um plano de 500 anos, e a comunidade empresarial é muito empreendedora. Sabemos disso através do ES em Ação, sabemos disso da Findes. Vocês têm grandes empresas, como a ArcelorMittal, a Imetame, o Porto Imetame, o Porto Central e o café. Então, é um Estado economicamente vibrante, mesmo não sendo enorme em termos de população. Então, achamos que podemos fazer disso um modelo para talvez outros estados no Brasil e também para outras províncias ao redor do mundo. É um modelo de sustentabilidade".
No princípio dos anos 2000, quando o termo ESG foi lançado pela ONU, 50 fundos de investimento, com US$ 4 trilhões, abraçaram a ideia. Hoje, são 5.555 fundos com US$ 121 trilhões sob administração. "Isso não significa que todo esse valor está investido em ESG, mas significa que as instituições sinalizaram para o mercado que os grandes fundos de capital entendem que esses riscos são reais. Também gostam das novas oportunidades de energia limpa, de alinhamento climático, de infraestrutura e dos novos mercados de carbono, onde não se trata de compensação de carbono, mas de títulos de carbono. Muitas coisas estão acontecendo agora", assinalou.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.