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Petrobras adota estratégia das 'junior oils' e ES deve se beneficiar

Objetivo da petroleira é dar mais eficiência aos ativos da Bacia de Campos, descoberta há 50 anos, e ver a produção voltar a crescer após alguns anos de quedas

Publicado em 05/11/2024 às 03h50
Navio Maria Quitéria da Petrobras chega ao Espírito Santo
Navio Maria Quitéria, da Petrobras, chega ao Espírito Santo. Crédito: Divulgação/Yinson

Uma das principais estratégias das 'junior oils', petroleiras novatas que ganharam o mercado brasileiro nos últimos anos, é comprar campos de produção já maduros, investir pesado em tecnologia e ganhos de eficiência, ampliar fortemente a produtividade e, se viabilidade econômica permitir, tirar até a última gota de petróleo. Algo parecido com isso é o que a Petrobras pretende fazer com a Bacia de Campos, descoberta há 50 anos e que foi responsável por dar à Petrobras o tamanho que ela tem hoje. A bacia, que fica entre o litoral Norte do Rio de Janeiro e o litoral Sul do Espírito Santo, já produziu quase 2 milhões de barris por dia, no início da década passada, hoje, não chega aos 900 mil barris/dia.

A estatal já anunciou, no seu último plano estratégico (2024 a 2028), um investimento de US$ 22 bilhões (R$ 127,6 bilhões) na operação como um todo. No pacote está o que a Petrobras chama de "o maior plano de recuperação de ativos em águas profundas do mundo". Muito embora não fique na Bacia de Campos, Golfinho (fica na Bacia do Espírito Santo, bem perto da fronteira geológica), é um bom exemplo do que a companhia quer fazer. A Petrobras descobriu o campo (final dos anos 90), explorou e iria abandoná-lo em 2023. No meio do caminho, a estrangeira BW comprou a estrutura e começou a investir na operação (inclusive com ganhos tributários). Hoje, Golfinho produz dez mil barris por dia, volume que deve ser dobrado até o final da década e a previsão é de trabalho garantido até 2042.

Por estar de frente para a Bacia de Campos, o Espírito Santo será beneficiado por estes aportes em perfuração de novos poços e modernização de infraestruturas como oleodutos e gasodutos para prolongar a vida útil dos ativos. O Parque das Baleias, onde fica o Campo de Jubarte, um dos mais produtivos da história da Petrobras, está na lista dos aportes. Além de novas interligações dos campos produtores com os navios-plataformas já em operação, novas estruturas estão chegando e em estudo para chegar. Maria Quitéria (capacidade para 100 mil barris/dia) começou a funcionar há semanas e os técnicos da estatal estudam a construção de mais uma para o Parque das Baleias. São bilhões de dólares em investimentos.

Ao que tudo indica, o novo plano de negócios da Petrobras, que deve sair até o final de novembro, trará algumas boas novidades para o Espírito Santo. Vamos aguardar.  

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