A Petrobras decidiu interromper, por tempo indeterminado, a operação da Unidade de Tratamento de Gás Sul Capixaba (UTGSUL). A informação foi dada à presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, por executivos da estatal. A entidade, de olho na queda constante da produção, solicitou uma reunião com a companhia para tratar do assunto, o retorno foi este:
"Estivemos, a nosso pedido, com o José Luz (gerente-geral da Unidade de Negócios Ativos de Gás Natural) aqui na Findes e ele nos disse que está em curso um plano de redução de disponibilidade de gás e que, agora em julho, a operação da UTGSUL zeraria ou ficaria muito próxima de zerar. Eles argumentam que é uma unidade que tem tecnologia mais aderente ao gás do pós-sal, só que grande parte da produção vem do pré-sal e acaba indo para a unidade de tratamento de Cacimbas (Linhares), que tem uma tecnologia mais adequada. Há um bom tempo que a ociosidade da unidade está acima dos 90%, ela só está tratando uma pequena parte do que ainda vem do campo de Jubarte, mas isso acaba agora em julho", explicou Cris Samorini.
A dirigente disse que o executivo da Petrobras deixou claro que a planta não será fechada e que uma equipe de manutenção será mantida permanentemente no local. "A operação será interrompida, mas, segundo eles, não haverá nem hibernação. A planta será preservada e estará em uma espécie de prontidão para o caso de voltar a tratar gás, podem haver novas descobertas, ou algum outro tipo de combustível de transição (energética) que se adeque à unidade". No final do ano passado, em visita ao Estado, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que o parque capixaba de gás poderá ser ocupado pelo hidrogênio.
A coluna procurou a Petrobras e questionou sobre a operação da UTGSUL. Recebeu a seguinte resposta: "a Petrobras informa que a Unidade de Processamento do Sul Capixaba (UTGSul) encontra-se atualmente disponível para processamento de gás e dentro da sua capacidade nominal de operação".
Inaugurada em 27 de outubro de 2010, a Unidade de Tratamento de Gás Sul Capixaba tem capacidade para processar 2,5 milhões de m³ de gás por dia e custou, na época, R$ 900 milhões. Corrigido pela inflação (IPCA) do período isso dá R$ 1,96 bilhão.
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