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Petróleo: compra de campos no ES faz parte de um movimento maior

A canadense Petro-Victory e a BlueOak Investments anunciaram, nesta quinta-feira (06), a compra da Capixaba Energia por R$ 105 milhões. Entenda o movimento

Publicado em 07/03/2025 às 03h50
Estação de tratamento de petróleo da Petrobras Fazenda Alegre
Área de produção de petróleo e gás natural no Norte do Espírito Santo. Crédito: Carlos Alberto Silva

A canadense Petro-Victory e a BlueOak Investments anunciaram, nesta quinta-feira (06), a compra da Capixaba Energia por R$ 105 milhões. A empresa atua no Norte do Espírito Santo, principalmente em Lagoa Parda, Linhares, e produz cerca de 400 barris de petróleo por dia (com viés de alta). A Capixaba tinha Imetame Energia e EnP Energy Platform na sociedade, com 50% cada. O movimento faz parte de algo maior: a consolidação da indústria de óleo e gás natural em terra (onshore) no Brasil. A aquisição foi financiada pela BlueOak, fundo com histórico de aportes e de participar de compras e vendas no setor.

"Quando a Petrobras fez as suas vendas, ela dividiu por polos, mas, do ponto de vista de eficiência operacional isso não faz muito sentido. Portanto, o que estamos vendo agora são movimentos de redesenho do que foi estabelecido nos últimos anos, principalmente pelos desinvestimentos da Petrobras. O mercado está se movimentando no sentido da formação de médias e grandes empresas de onshore no Brasil. Difícil saber onde isso dará, mas vemos a Petro-Victory e parceiros se movimentando, assim como Eneva e PetroReconcavo", explicou um empresário com larga experiência na indústria brasileira e capixaba de petróleo.

Objetivamente aqui no Espírito Santo os olhares vão todos para a Seacrest, companhia norueguesa que comprou os maiores campos em terra da Petrobras no Espírito Santo e entrou em uma grave crise em 2024. A empresa, que chegou, em 2023, a produzir mais de 10 mil barris de óleo por dia, hoje está em pouco mais de 7 mil. Quem entende do assunto afirma ser possível chegar aos 30 mil. Claro, isso demanda conhecimento operacional e muito investimento.

A declaração dada, nesta quinta, pelo CEO da BlueOak, Meton Morais, é bem direta e clara. "A Bacia do Espírito Santo apresenta uma oportunidade única de consolidação, já que não há um grande player estruturado e capitalizado investindo no desenvolvimento desses ativos. Estamos confiantes no sucesso dessa parceria com a Petro-Victory para impulsionar o crescimento e criar valor sustentável por meio da excelência operacional e alocação disciplinada de capital".

"A aquisição da Capixaba Energia representa um marco estratégico em nossa expansão, estabelecendo um centro de produção e expertise na região do Espírito Santo. Essa aquisição fortalece nossa posição no Brasil, consolidando a Bacia do Espírito Santo como uma área-chave para o crescimento da produção, complementando nossa presença já estabelecida nas Bacias de Barreirinhas e Potiguar. Estamos ansiosos para desbloquear todo o potencial desses ativos e gerar valor sustentável ao lado da BlueOak", completou Richard F. Gonzalez, CEO da Petro-Victory, no comunicado.

Importante lembrarmos que a Seacrest não comprou apenas os campos da Petrobras, ela levou também todo o sistema de armazenagem e de distribuição de óleo e gás que era da estatal, inclusive o Terminal Norte Capixaba, porto situado entre Linhares e São Mateus e responsável por escoar a produção da Seacrest e outros operadores. Portanto, estamos falando de ativos muito estratégicos e valiosos para qualquer empresa que se propõe a ser grande nesta indústria.  

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