Aos poucos as chamadas junior oils estão ganhando relevância no mercado de petróleo e gás do Brasil. Duas dessas empresas, 3R e Enauta, que cresceram na última década comprando ativos vendidos por gigantes do setor, destacadamente a Petrobras, estão em vias de fechar um acordo de fusão. Como nesta indústria nada é pequeno, os impactos do provável negócio terão relevância considerável. Com a união, o ganho direto em sinergia é estimado em US$ 1,5 bilhão (R$ 7,5 bilhões). As duas companhias possuem campos de produção no mar do Espírito Santo.
Na visão de executivos e empresários do setor ouvidos pela coluna, trata-se de uma boa notícia para o Estado, afinal, amplia as possibilidades de uma expansão mais forte e perene. Fundada em 2014, a 3R Petroleum é dona e operadora do Polo Peroá, produtor de gás natural no Litoral Norte do Espírito Santo. A Enauta, por sua vez, comprou, em dezembro passado, por US$ 150 milhões (R$ 757,5 milhões), 23% do Parque das Conchas, no Litoral Sul do Estado. Operado pela Shell, a produção média do complexo é de 35 mil barris de óleo por dia e o objetivo é crescer.
"A indústria do petróleo tem uma operação muito cara, portanto, ganhos de sinergia e eficiência, além de uma estrutura saudável de capital, são fundamentais para que as empresas consigam investir e ampliar a sua produção. Creio que esta consolidação é uma boa notícia para o Espírito Santo. Tudo dando certo, sairá daí uma empresa com muito mais capital e eficiente para conseguir enfrentar os desafios que a indústria do óleo e gás impõe", argumentou um experiente executivo do setor.
Somadas, 3R e Enauta têm, hoje, uma produção diária de 86 mil barris, com perspectiva de chegar a 120 mil por dia até 2025. A Prio, que é a maior junior oil do Brasil, produz 88 mil barris por dia.
Diante de uma indústria que mudou muito de configuração nos últimos dez anos, com a entrada de empresas de menor porte, os especialistas estão enxergando, daqui para frente, uma onda de consolidação no país e também aqui no Espírito Santo, principalmente nos blocos em terra, na região Norte. Até meados da década passada, a Petrobras operava todos os campos on shore do Estado. Hoje, todos eles são de operadores privados.
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