Inaugurada em junho de 2018, em Pinheiros, Norte do Estado, a Placas do Brasil, fabricante de MDF (matéria-prima da indústria moveleira), pretendia ter em 2020 o seu primeiro ano na plena potência. Em março daquele ano que prometia, chegou a pandemia e a unidade teve de suspender a operação em abril e maio. Os sócios da empresa (hoje são 35) tiveram de capitalizar o negócio em R$ 50 milhões no período. Com clientes devolvendo material, as perspectivas não eram nada boas.
Até que chegou o mês de junho, quando o país, ainda com inflação e juros baixos, começou a observar um superaquecimento na construção civil e em tudo que envolvia mercado imobiliário, inclusive a compra de móveis. Desde então, a fábrica funciona em sua plena capacidade (30 mil m3 de MDF por mês), chegando a superar a capacidade em vários meses. No ano passado, a produção anual da fábrica ficou 385 mil m3, sendo que a capacidade máxima é de 360 mil m3. O mês de julho deve fechar com 32 mil m3. Diante deste cenário, uma ampliação da produção de MDF já está sendo estudada.
O que já é realidade é a construção da segunda linha de MDF revestido, produto de maior valor agregado. Hoje, dos 30 mil m3 produzidos mensalmente, 10 mil m3 são revestidos e 20 mil m3 são crus. A intenção é elevar a produção de revestidos para 19 mil m3 e jogar a de cru para 11 mil m3 na média. "Este investimento eleva consideravelmente o valor agregado da nossa produção. O metro cúbico de MDF cru sai por R$ 1 mil, o de revestido vale R$ 2 mil", explicou o presidente do Conselho de Administração da Placas do Brasil, Luis Soares Cordeiro.
O investimento na Placas do Brasil foi de R$ 600 milhões. Depois de um 2020 no prejuízo, o lucro líquido registrado em 2021 ficou em R$ 82 milhões, com margem ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 25,5%. O mesmo ótimo resultado não deve acontecer este ano, já que os clientes começaram o ano muito estocados. O lucro deve ficar em R$ 60 milhões e o ebitda em 20%. Com a entrega da segunda linha de MDF revestido e a ampliação do valor agregado, a ideia é estabelecer o ebitda entre 25% e 30%.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.