A Polícia Federal já marcou data para a retirada dos indígenas que, desde o dia 16 de setembro, bloqueiam o ramal ferroviário que liga a Vitória-Minas a Portocel, em Aracruz. Será no dia 9 de outubro, no limite imposto pela decisão, da última segunda-feira (25), do juiz federal Gustavo Moulin Ribeiro, que mandou liberar a via. A Polícia Militar do Espírito Santo vai auxiliar a PF na missão, que é considerada de alto risco. São mais de 300 indígenas, idosos e crianças entre eles, no local. Uma operação de retirada mal planejada, além de colocar vidas em risco, pode arranhar a imagem do Brasil mundo afora. Os manifestantes querem a retomada das negociações com Vale e BHP ainda por conta do rompimento das barragens da Samarco, em novembro de 2015.
Na próxima quarta (04), será feita uma reunião com a participação de Polícia Federal, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Funai e Secretaria de Saúde. O planejamento final da operação sairá daí. Além da complexidade da ação, a Polícia Federal tem outro obstáculo, a falta de efetivo. "Em situações como essa, acionamos o Comando Operacional Tático, que fica em Brasília, só que dois terços desse grupamento está na Bahia, no combate às facções criminosas de lá. Portanto, aceitamos o apoio da PM oferecido pelo governador Renato Casagrande, que vai nos ajudar no controle de distúrbios", explicou o superintendente da PF no Estado, Eugênio Ricas. "Não são só pessoas ali, são vários carros e até trator em cima da ferrovia. Temos de liberar tudo. É uma operação complexa, que demanda inteligência e planejamento".
Suzano, Cenibra, ArcelorMittal e LD Celulose são as companhias que mais utilizam o ramal ferroviário interditado, que é operado pela VLI, para escoar os seus produtos. São toneladas de celulose, bobinas de aço e madeira que passam diariamente por ali. Nos últimos doze meses, o trecho foi fechado três vezes por diferentes motivos. Pelas contas da Federação das Indústrias do Espírito Santo, os prejuízos passam dos R$ 25 milhões.
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