Os executivos do Porto Central anunciaram, nesta segunda-feira (2), o início das obras do complexo industrial e portuário que será construído em Presidente Kennedy, no extremo sul capixaba. A primeira fase, cuja inauguração está prevista para o final de 2027, vai receber um aporte de US$ 400 milhões (R$ 2,4 bilhões). O projeto todo, que deve se consolidar até 2040, receberá US$ 2,9 bilhões (mais de R$ 17 bilhões) apenas em infraestrutura. Há projetos como este no mundo em que a cada dólar investido em infra vieram outros dez em outros empreendimentos (industriais, terminais, energia e etc). Portanto, estamos falando de um negócio que, em 15 anos, pode movimentar mais de R$ 170 bilhões, o suficiente para impactar o Brasil, o Espírito Santo, mas, fundamentalmente, a região Sul do Estado, que, há décadas, vem penando com a queda do dinamismo, principalmente em se tratando de grandes projetos industriais.
O complexo tocado pela TPK Logística, que tem a Organização Polimix como maior acionista, se coloca como um porto de classe internacional, que ambiciona ser um hub logístico e industrial para a América Latina. Com calado de até 25 metros, o porto poderá receber os maiores navios do mundo. "São 2 mil hectares (20 milhões de m²) de área própria e, ao final do projeto, serão 180 milhões de m³ em dragagens e 54 berços multipropósito. Não há nada parecido no Brasil", disse Jessica Chan, gerente comercial do Porto Central.
O pontapé do projeto será dado com movimentação de petróleo cru (o produto virá das plataformas para o Porto Central e de lá será exportado), mas a ideia, mais uma ótima notícia para o Sul capixaba, é ir muito além da movimentação de cargas. O masterplan prevê uma área industrial, um hub de energia verde (principalmente hidrogênio) e uma ZPE (Zona de Processamento de Exportação).
"Estamos em um local estratégico: de frente para grandes áreas produtoras de óleo e gás e com grande potencial de geração eólica e solar. Os projetos de eólica offshore próximos do Central somam mais de 30 Gigawatts, estamos prontos para suprir essa indústria que ficará no mar, fazer a transformação para hidrogênio verde e exportar para todo o planeta", detalhou Jessica Chan.
O ponto aqui é o seguinte: ao contrário do petróleo, que, no caso do Sul do Espírito Santo, gera muitos royalties e números vistosos de investimentos, mas pouca atividade econômica e empregos locais, já que a indústria está 100% em alto-mar, o complexo industrial e portuário chega com o objetivo de trazer muita atividade para a região, com o enorme potencial para agregação de valor e geração de postos de trabalho.
Atividades previstas para o Porto Central:
- Terminal de gás natural liquefeito
- Terminal de granéis líquidos
- Terminal de contêiner
- Base de apoio offshore
- Terminal de carga geral
- Tancagem de granéis líquidos
- Área industrial
- Hub de energia verde
- Armazéns e indústrias de valor agregado
- ZPE
- Terminal de minério de ferro
- Estaleiro de construção e reparo de navios
- Estaleiro de reciclagem de navio
- Terminal de fertilizantes
- Terminal de grãos
- Terminal de granéis sólidos
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