A presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, não economizou nas críticas ao analisar a saída de Jean Paul Prates do comando da Petrobras. Nem tanto por Prates, mas principalmente pela forma como a empresa vem sendo conduzida nos últimos anos, tanto sob Lula como sob Jair Bolsonaro. "Em cinco anos, foram seis presidentes diferentes. Mostra que a governança da empresa, que toma grandes decisões, não está tão bem estabelecida", disparou.
Passaram pela principal cadeira da maior empresa do Brasil, fora os interinos, de janeiro de 2019 para cá: Roberto Castello Branco (janeiro de 2019 a abril de 2021), Joaquim Silva e Luna (abril de 2021 a abril de 2022), José Mauro Coelho (abril a junho de 2022), Caio Mário Paes de Andrade (junho de 2022 a janeiro de 2023), Jean Paul Prates (janeiro de 2023 a maio de 2024) e Magda Chambriard (indicada nesta terça-feira pelo presidente da República).
"As decisões da Petrobras geram bastante impacto no Espírito Santo, diante de tantas mudanças temos dúvidas sobre qual caminho a empresa seguirá. Será, agora, expansão em extração de petróleo? Maior investimento no gás como principal alternativa de transição energética? Teremos maior investimento e velocidade em outras fontes de energia? Não conseguimos ter certeza. Essas mudanças fortalecem o que menos queremos: que as escolhas políticas tenham grande interferência em empresas que são referência mundial. Precisamos de mais garantias e solidez nas decisões que são de responsabilidade do Conselho de Administração da companhia".
O Espírito Santo é o terceiro maior produtor de petróleo e quinto de gás natural do Brasil. O segmento responde por 25,5% do PIB industrial do Estado. Grande parte disso é por causa das operações da Petrobras. "Vivemos sempre em uma dependência muito significativa dos planos da Petrobras. Por isso, precisamos acelerar as regulamentações no Brasil. Quanto mais regras estabelecidas, menos interferência política e menos insegurança".
A presidente da Findes disse que o Fórum Capixaba de Petróleo, Gás e Energia, entidade ligada à federação que reúne atores de toda a cadeia de óleo e gás do Estado, vai acompanhar com atenção os eventuais riscos sobre planos já acordados e previstos pela Petrobras aqui no Espírito Santo.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.