A produção do primeiro azeite fabricado no Espírito Santo, noticiada no começo do ano, deu muito o que falar e tomou conta das redes sociais. O que ainda é uma novidade tem tudo para se tornar carro-chefe do agronegócio capixaba. As oliveiras precisam do frio para dar bons frutos, ou seja, é uma cultura que pode virar típica das montanhas do Estado. Especialistas afirmam que as áreas acima dos 900 metros são as ideais.
O que está faltando, de acordo com a Associação dos Olivicultores do Espírito Santo (Olives), é conhecimento. "Já estamos em contato com o Incaper, explicando a situação, para que mais técnicos sejam qualificados para que informação de qualidade chegue ao produtor. Me refiro à parte da produção em si - manejo, tipo de muda, altitude, adubo adequado -, mas também das vantagens de produzir azeitona. É vantajoso, afinal, o valor agregado é alto", explica Marco Aurélio Subtil de Castro, presidente da Olives. Segundo ele, só dois técnicos do Incaper, ambos ficam em Santa Teresa, têm o conhecimento necessário. "Isso precisa ser replicado".
Se bem manejado, um hectare de oliveira rende 50 litros de azeite, podendo chegar a 100 litros. Hoje, 250 ml de azeite produzido no Estado é vendido por, no mínimo, R$ 60. Ou seja, no final das contas, um hectare plantado rende, lá na gôndola do supermercado, mais de R$ 12 mil (produção de 50l). "O azeite brasileiro tem tido uma aceitação muito boa, inclusive lá fora. O valor agregado é muito bom, me faz lembrar os cafés especiais que são produzidos nessa mesma região do Estado. Numa região montanhosa, o produtor só vai ter uma boa rentabilidade se a produção tiver margem, afinal, por conta do relevo, é muito difícil ter escala", diz Subtil.
Alguns produtores, quando veem o potencial de mercado, trazem especialistas de fora, mas essa não é a realidade da maioria. O Incaper entraria para qualificar a grande massa de agricultores, assim como a Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) fez com os produtores do Sul de Minas e como a Embrapa fez no Rio Grande do Sul. "O que nós queremos é que esse conhecimento venha para o Estado. Como a cultura é nova, precisamos desse apoio para o conhecimento se espalhar".
Hoje, a área plantada no Estado é bem pequena: 288 hectares. São 144 produtores em 18 municípios. A Olives afirma que o potencial de crescimento é enorme.
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