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Projeto de ferrovia da Vale para o Sul do ES está parado

De acordo com o vice-governador do Espírito Santo, Ricardo Ferraço, nada anda há seis meses. "A Vale não protocola nem mesmo os estudos ambientais que já estão prontos"

Publicado em 11/12/2024 às 15h58
Trem de carga da Vale transportando minério na ferrovia Vitória x Minas, em Serra, ES.
Trem de carga da Vale transportando minério na Ferrovia Vitória-Minas. Crédito: Vitor Jubini

"O desenvolvimento do projeto da ferrovia de Santa Leopoldina a Anchieta está completamente parado há pelo menos seis meses. A Vale não protocolou no órgão ambiental, o Iema, nem mesmo os estudos ambientais que já estão prontos há meses. É um atraso brutal". A declaração é do vice-governador do Espírito Santo e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço, que é o responsável pelo acompanhamento por parte do governo do Estado.

"O problema é que governo federal e Vale ainda não resolveram o debate sobre a renegociação da concessão antecipada das ferrovias Vitória-Minas e Carajás (sob a responsabilidade da Vale). O governo quer mais R$ 25 bilhões em outorgas e a empresa está apresentando os seus argumentos. O fato é que, enquanto o martelo não é batido lá em Brasília, está tudo parado neste projeto estruturante que é fundamental para o Espírito Santo".

Em julho de 2023, em cerimônia realizada no Palácio Anchieta, os executivos da Vale anunciaram o cronograma do projeto: 84 meses, a partir de julho de 2023, para entregar os pouco mais de 80 quilômetros de ferrovia, portanto, em meados de 2030. O licenciamento ambiental e as 739 desapropriações, de acordo com o planejamento, devem ser entregues em 24 meses, ou seja, em julho do ano que vem. Mas...

"Como a Vale não apresenta os estudos, inclusive os que já estão prontos, nada mais anda. As desapropriações só sairão a partir de uma DUT (Declaração de Utilidade Pública), que precisa ser emitida pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), mas não está indo. É um atraso enorme provocado lá por Brasília", disparou o vice-governador. "Fui ao Ministério dos Transportes, na semana passada, e a informação que me deram é que o acordo do governo com a Vale está para sair, mas estamos ouvindo isso há alguns meses. Virou novela mexicana. Com o atraso, o desafio das desapropriações só cresce. A ferrovia vai passar por cidades muito adensadas, caso de Viana, Vila Velha e Cariacica, sem a DUT, não se pode fazer nada para preservar a área do traçado. É uma pena".

O investimento na ferrovia está orçado em R$ 6 bilhões.

Procurada, a Vale mandou a seguinte nota: "a Vale está desenvolvendo o projeto do Ramal Anchieta, uma extensão da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), entre os municípios de Santa Leopoldina e Anchieta, no ES. O projeto está sob análise do Ministério dos Transportes e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A Vale doou ao Estado o projeto básico da ferrovia EF-118 (continuidade da ferrovia até o Rio de Janeiro), no trecho entre Anchieta e Presidente Kennedy, em julho deste ano".

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