Na manhã desta quinta-feira (27), o Conselho Gestor do Fundo Soberano do Espírito Santo se reúne para amarrar os últimos detalhes do novo programa de emissão de debêntures (título de dívida emitido por uma empresa) que será lançado nas próximas semanas pelo Bandes. Deve se chamar Fundo ESG de Desenvolvimento. Nesta primeira rodada, serão R$ 250 milhões. A princípio, o foco seria exclusivo para a indústria, mas o governo do Estado, que por meio do Fundo Soberano vai financiar o projeto, resolveu ampliar o escopo. Também poderão solicitar o recurso projetos das áreas de saúde, educação e energia.
O foco são as empresas do chamado middle market (com faturamento entre R$ 4,8 milhões e R$ 300 milhões). O cheque mínimo será de R$ 20 milhões e o máximo de R$ 50 milhões. As companhias terão quatro anos de carência e dez anos ao todo para quitar o débito com o Bandes. A taxa será igual à Selic. Dependendo do local onde a empresa for se instalar, haverá um desconto de até 10% nos juros. "Um dos objetivos centrais é o desenvolvimento regional. Vamos observar o IDRS (Índice de Regional Sustentável), indicador feito pelo Instituto Jones do Santos Neves, e o IPM (Índice de Participação dos Municípios, usado para a divisão do ICMS) para definir se haverá ou não desconto. Quanto menor o IDRS e o IPM do local escolhido, maior será o desconto", explicou o vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço.
Como não serão muitos os selecionados, já que o fundo é de R$ 250 milhões e os cheques ficarão entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões, também foram feitos alguns ajustes nos critérios para a seleção dos projetos. Quem incorporar a agenda ESG (Enviromental, Social and Governance - em português, Ambiental, Social e Governança) vai sair na frente. "O critério que terá maior peso na hora da escolha, 40%, será o que reúne os valores do ESG. Os projetos comprometidos com o meio ambiente, com as questões sociais, com a diversidade e com as melhores práticas corporativas estarão em vantagem. Queremos bons ativos aqui no Estado, um capitalismo mais consciente, não é mais do mesmo", explicou Ferraço.
Os outros critérios de avaliação passarão pelos seguintes pontos: geração de emprego, desenvolvimento regional, agregação de valor ao produto final, prazo de execução, inovação e andamento do licenciamento ambiental (quanto mais adiantado, melhor).
As debêntures emitidas não serão conversíveis em ações das empresas emissoras, ou seja, o Bandes quer o retorno do investimento e não vai virar sócio de eventuais devedores.
Por fim, diferente do primeiro aporte feito pelo Fundo Soberano - R$ 250 milhões para startups e projetos disruptivos -, quando uma gestora, a TM3, foi selecionada para tocar o projeto, o novo fundo será operado 100% pelo Bandes.
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