Um integrante da cúpula do executivo estadual, que faz parte do núcleo econômico do governo, foi ao governador Renato Casagrande expressar sua opinião sobre o futuro da Cesan. "Tem que vender enquanto ainda tem valor de mercado. O quanto antes".
No cálculo dele, que prefere falar sob reserva, a Cesan só vai conseguir cumprir a meta de 99% das casas atendidas com água e 90% com esgoto tratados até 2033, como prevê o Marco Legal do Saneamento Básico, estabelecendo parcerias com empresas privadas, como já foi feito nas PPPs (parcerias público-privadas) assinadas na Serra, Vila Velha e Cariacica/Viana. É muito dinheiro que precisa ser investido, e não há caixa para isso.
Na Grande Vitória, cereja do bolo da Cesan, apenas a Capital segue sendo 100% atendida pela companhia estadual de saneamento. O auxiliar do governador diz que a Cesan, nesse ritmo, vai se transformar numa espécie de agência reguladora. "Em vez de passar tubulação e tratar água e esgoto, funções de uma companhia de água, vai passar a ser uma organizadora dos contratos que precisarão ser feitos com a iniciativa privada para dar conta do Marco Legal, caso contrário, haverá punição. Se for para virar agência reguladora, melhor vender enquanto tem bons ativos. Para regular, temos a Arsp (Agência de Regulação de Serviços Públicos)", resume.
Casagrande ouviu o conselho com atenção. E só.
Quando questionado publicamente sobre o assunto, o governador diz que a Cesan tem um extenso plano de investimentos e que novas parcerias com a iniciativa privada serão estabelecidas.
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