
A renovação da concessão da Ferrovia Centro Atlântica, importante estrutura de integração do Brasil Central e que faz parte da ligação com os portos do litoral, inclusive os do Espírito Santo, vai ganhar novos e importantes capítulos nas próximas semanas. O governo federal, dono da ferrovia, considerou 'insuficiente' a proposta feita pela VLI Logística, companhia que toca a concessão e que quer a renovação antecipada do contrato que vence em 2026. A FCA tem 7 mil quilômetros e corta oito estados.
"A proposta da VLI pode melhorar, a inicial não foi boa. Entendemos o que foi apresentado como insuficiente", disse Leonardo Cezar Ribeiro, secretário Nacional de Transporte Ferroviário do Ministério dos Transportes. Na visão dele, o investimento precisa aumentar a capacidade da via. "A proposta trouxe muito dinheiro para material rodante, mas entendemos que a ferrovia precisa de mais tecnologia para ganhar capacidade operacional. Isso é que vai trazer carga e, claro, receita. Queremos algo que expanda a capacidade da FCA".
Até o final do mês de março, chegarão os estudos encomendados pelo Ministério dos Transportes para analisar o caso da FCA. A ideia é fazer a análise e que o parecer técnico esteja pronto até o mês de abril. "Os estudos nos darão os parâmetros necessários para decidir o que fazer. Creio que em abril teremos condições para bater o martelo sobre renovação ou nova licitação", afirmou o secretário.
Os corredores de escoamento para Santos e Espírito Santo são o que há de mais valioso no pacote. A FCA conecta-se à Vitória-Minas em Belo Horizonte e é por aí que vem boa parte dos grãos produzidos em Minas Gerais e Centro-Oeste para serem exportados pelos terminais capixabas. Também é por aí que passam insumos importantes, caso dos fertilizantes, que entram no Brasil pelos portos capixabas. "O Espírito Santo é estratégico porque está bem localizado, já possui portos importantes e está recebendo investimentos relevantes em novos terminais", explicou Ribeiro.
Sobre o contorno da Serra do Tigre, em Minas Gerais, o secretário expôs as dificuldades. "Traria mais cargas e receitas, mas o custo é muito elevado, portanto, tem que ser avaliado com muito cuidado. O setor privado não deve se interessar, portanto, deve precisar de dinheiro público, mas aí esbarramos nas restrições fiscais. Trabalhamos com recurso escasso, por isso temos que ser muito cuidadosos e assertivos nas decisões".
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