As já muito famosas SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol) estão mudando e vão mudar ainda mais a realidade econômica do futebol brasileiro. Nas últimas semanas as SAFs se aproximaram aqui do Espírito Santo. Investidores do Estado vão colocar R$ 30 milhões na SAF do Coritiba, além disso, os dois clubes mais populares do Estado, Rio Branco e Desportiva, informaram estar em vias de entrarem nesta nova fase. No caso do Capa-Preta, já há até um grupo de investidores capixabas dispostos a colocarem R$ 50 milhões no clube. Mas o que os investidores estão enxergando? Como vão ganhar dinheiro (este é o objetivo) com clubes que hoje estão falidos? Vamos aos pontos:
- As ligas de futebol da Europa e, principalmente, Estados Unidos (várias modalidades) viraram um negócio bilionário porque o esporte tem a capacidade de atrair a atenção dos consumidores no momento em que o evento (uma partida de futebol, por exemplo) está acontecendo. É a fidelidade ao horário. O valor disso em um mundo cada vez mais disperso é gigantesco. Com a formação da liga do futebol brasileiro, que está em intenso debate, o novo contrato de mídia deve contemplar eventos (jogos) diários para TV e streaming, como já é observado nos EUA e Europa. A intenção é ampliar a janela de atenção dos consumidores;
- O Brasil é o maior exportador mundial de jogadores de futebol, mas é o apenas o oitavo em receita obtida com esse tipo de negócio. Quase todos saem daqui muito jovens, ou seja, longe de estarem nas suas melhores condições futebolísticas e nos valores máximos que podem atingir. Isso acontece porque os clubes, em enorme fragilidade financeira, precisam vender suas promessas muito jovens. Isso impacta os gigantes, mas, fundamentalmente, os menores;
- O mercado eletrônico de apostas esportivas cresce forte no Brasil e vai crescer muito mais. Parte desta receita bilionária, que simplesmente não existia há pouquíssimo tempo, irá fortalecer o caixa dos clubes;
- Em 2024, deve ser sacramentada a Liga do Futebol Brasileiro. Só no ato de assinatura os clubes da Série A receberão algo próximo a R$ 200 milhões. A liga, além dessa injeção inicial de recursos, terá uma gestão comercial e esportiva muito mais profissional e organizada do que a tocada pelas federações e CBF. A expectativa é de que o faturamento seja multiplicado;
- Outra questão que está sendo observada, no caso dos gigantes do futebol nacional, é a chamada raridade do ativo. São quase todos clubes centenários e com (uns com mais e outros com menos) milhões de torcedores. Fidelização não se faz de uma hora para outra e vale muito dinheiro.
As oportunidades são muitas e boa parte dos clubes está na baixa, ou seja, estão baratos. Os investidores estão olhando para isso e o dinheiro vai vir forte.
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