O ano de 2023 está no fim e vai deixando contratado um grande problema para 2024: a seca. O Espírito Santo, principalmente ao Norte do Rio Doce, está finalizando o mês de dezembro, tradicionalmente o terceiro seguido de chuvas, com níveis muito baixos de precipitação. Se a situação não mudar em janeiro, a decretação de um racionamento nas regiões Norte e Noroeste do Estado não está descartada. Os impactos sociais e na economia, que já se fazem sentir, seriam consideravelmente ampliados.
"Hoje, o cenário é de preocupação, temos um estresse hídrico, mas ainda não tem descontrole. A questão é que tivemos um terço das chuvas normais para novembro e dezembro e a previsão é de menos chuva e mais calor em janeiro e fevereiro. É um cenário que agrava o problema. A situação do Norte, do rio Doce para cima, é a que mais preocupa, está perto do descontrole. No local de captação de água de São Mateus, onde a vazão normal, para esse período do ano, é de 100 m³ por segundo, está em 4 m³", disse o governador Renato Casagrande.
"Vamos analisar a situação dia a dia, já tem um comitê de crise instalado para tomarmos decisões com mais rapidez. O que mais preocupa é que podemos emendar períodos seguidos de estiagem. O verão, que é o período chuvoso, está seco, e podemos entrar no período normalmente seco, entre abril e setembro, já em uma situação delicada. É o que mais preocupa".
Questionado sobre racionamento, o governador diz que pode ter de tomar a decisão ainda durante o verão. "Essa possibilidade de conectarmos períodos de estiagem é grave. Esse final de dezembro e o mês de janeiro serão decisivos, se não chover o suficiente, pode ser que tenhamos de decretar racionamento ainda no verão".
Hoje, todas as regiões do Espírito Santo estão em estado de alerta. Nesta situação, os grandes consumidores de água já precisam reduzir o seu consumo em, pelo menos, 20%. Na Grande Vitória, Região Serrana e Sul, embora não se possa falar em tranquilidade, o cenário é menos crítico. "Mas todos precisamos entender o cenário vivido e que as coisas podem piorar".
Este é o segundo grande estresse hídrico vivido pelo Estado em menos de dez anos. Em 2015, chegou a ser decretado um racionamento de água na Grande Vitória.
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