João Marques da Cruz, presidente da EDP América do Sul, esteve, nesta terça-feira (05), em Vitória, para fazer algumas inaugurações. No evento, realizado no Palácio Anchieta, na presença do governador Renato Casagrande, o executivo esbanjou confiança na renovação da concessão de distribuição de energia elétrica para 70 dos 78 municípios do Espírito Santo por mais 30 anos. O acordo com o governo federal, mediado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), acaba em julho do ano que vem. O andamento do processo, que já esteve arrastado, ganhou velocidade nos últimos meses.
"Está tudo muito bem encaminhado junto ao Ministério de Minas e Energia e também na Aneel. Esperamos assinar o novo acordo entre abril e maio de 2025. O que tinha para ser resolvido já foi, agora é aguardar o andamento natural do processo. Por nós já está prorrogado, trabalhamos com isso, tanto que já temos R$ 5 bilhões em investimentos, apenas em distribuição, programados para o Espírito Santo até 2030".
O presidente da multinacional portuguesa afirmou que o principal desafio dos próximos 30 anos será o climático. "Estamos vendo, no mundo, no Brasil e também aqui no Espírito Santo episódios cada vez mais violentos de tempestades, ventos e demais situações climáticas. É um desafio para a distribuição de energia, por isso, precisamos investir em sistemas mais robustos, que consigam se recuperar em velocidade adequada. As quedas irão acontecer, não tem jeito, mas precisamos aportar recursos na recorrência, se acontecer algo em uma linha, teremos outra para cobrir. Isso demanda muito dinheiro", explicou.
As concessões de energia não preveem investimentos, elas são guiadas por indicadores. As concessionárias precisam investir o suficiente para que os balizadores da Aneel sejam cumpridos. Pelas contas de Marques da Cruz serão aportados, a preços de hoje, algo perto de R$ 1 bilhão por ano na rede do Espírito Santo. "Com os extremos climáticos precisamos de sistemas que sofram e respondam rapidamente. Queremos investir, todos os anos, o triplo da depreciação, o suficiente para repor, expandir e dar robustez".
O executivo da EDP não tocou na crise da Enel, em São Paulo, mas o governador fez questão de lembrar. "Estamos vendo o que está havendo em São Paulo, o sistema não está suportando os extremos do clima. Somos um Estado que cresce e que precisa de um sistema que cresça e suporte o clima. Não abrimos mão disso", sublinhou Casagrande.
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