Em 2010, de cada 100 toneladas de milho exportados pelo Brasil, 12,2 toneladas saíam por portos capixabas. No ano passado, de cada 100 toneladas, 1,5 tonelada saiu por aqui. Um encolhimento de 87,7%. O que explica isso? A chave está na falta de investimentos em infraestrutura, principalmente ferroviária. Para a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), o Estado sofre com o apagão da Ferrovia Centro-Atlântica, principalmente na Serra do Tigre, em Minas Gerais, que deveria ser o canal principal para a vinda dos grãos produzidos no Centro-Oeste para os portos capixabas. É o famoso Corredor Centro-Leste.
Enquanto a exportação brasileira de grãos (geral, não apenas de milho) explodiu na década passada, saindo de 11,5 milhões de toneladas, em 2010, para 83 milhões, em 2020, o escoamento da produção pelos portos capixabas encolheu: 4,97 milhões de toneladas, em 2010, para 4,81 milhões, em 2021, daí a vertiginosa queda proporcional. O levantamento é do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies).
"Sem infraestrutura para chegar, mercadorias que poderiam estar vindo para cá, vão para Santos. No futuro, caso o investimento oriundo da renovação da concessão da FCA vá para outra ferrovia, também poderemos perder carga para portos na Bahia. Algo precisa ser feito", assinala Marília Silva, gerente do Ideies. Com a ferrovia modernizada (com trens mais velozes e maior capacidade), o Espírito Santo poderia chegar a um volume anual de grãos exportados de 18,6 milhões de toneladas.
Além disso, com uma infraestrutura de escoamento eficiente e conectada com portos modernos, a previsão é que haja uma redução do custo do frete marítimo em 7,5%. O estudo foi feito pela Dom Cabral a pedido da Findes.
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