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Sem gás, porto da Transpetro, em Aracruz, vive às moscas

Terminal Aquaviário de Barra do Riacho foi construído para receber e distribuir gás de cozinha e C5+. A preço de hoje, investimento supera R$ 1 bilhão

Publicado em 08/08/2024 às 03h50
Terminal Aquaviário de Barra do Riacho, em Aracruz, administrado pela Transpetro
Terminal Aquaviário de Barra do Riacho, em Aracruz, administrado pela Transpetro. Crédito: Divulgação/Transpetro

A idealização do Terminal Aquaviário de Barra do Riacho, na primeira década dos anos 2000, é do tempo em que o plano da Petrobras era transformar o Espírito Santo, berço do pré-sal, em um grande polo nacional de produção e distribuição de gás natural. Bilhões de reais foram prometidos nas mais diversas estruturas - gasodutos, portos e até um polo gás-químico. Algumas saíram do papel, outras tantas não. O gás esperado, pelos mais diversos motivos, até agora não veio e as estruturas que viraram realidade encontram-se em um nível bastante elevado de ociosidade.  

Uma delas é o Terminal Aquaviário de Barra do Riacho, orçado, lá em 2009, em R$ 600 milhões (R$ 1,38 bilhão a preços de hoje) e inaugurado em 2013. O porto, administrado pela Transpetro (subsidiária da Petrobras especializada em logística para a indústria de óleo e gás), foi construído para receber e distribuir, por navios e carretas, GLP (gás de cozinha) e C5+ (combustível usado na indústria petroquímica) produzidos no Polo de Cacimbas, em Linhares, que é da Petrobras. A estrutura possui dois berços de atracação, calado de 11,2 metros e capacidade operacional de 99.486 m³ por mês.

De acordo com dados públicos divulgados mensalmente pela Agência Nacional do Petróleo, em junho, a ociosidade do terminal ficou em 89.486 m³, quase 90%. No mês passado, o melhor do ano, sobraram 58.486 m³ de capacidade, ou seja, quase 60% de ociosidade. É um espelho do que acontece na Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, uma gigante, inaugurada em 2006, com capacidade para processar 18,1 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, uma das maiores do Brasil. Há tempos que ela opera com mais de 80% de ociosidade.

Não são casos isolados. A Unidade de Tratamento de Gás Sul Capixaba, em Anchieta, para 2,5 milhões de m³ de gás por dia, está parada e a Petrobras estuda alternativas para o ativo.

Ao que parece, os estudos terão de ser ampliados.   

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