O empresário Idalberto Moro, 66 anos, assume, nesta quarta-feira (29), em cerimônia no Teatro Glória, a presidência da Federação do Comércio do Espírito Santo. José Lino Sepulcri, após 16 anos, deixa a entidade. Idalberto será apenas o quarto presidente da Fecomércio em quase 70 anos (que serão completados em 2024). Ele promete acabar com essa tradição. "A proposta é para que a diretoria tenha mandato único de quatro anos, sem reeleição".
Outra promessa é a de profissionalização: "sem dúvida teremos um processo novo de gestão e governança, com uma visão empresarial. Todos que estão assumindo são empresários e o objetivo é justamente ter uma outra visão". Essa "visão empresarial" passa por mais sinergia entre os componentes do Sistema Fecomércio - Sesc, Senac e a própria Fecomércio.
Idalberto quer uma aproximação completa. As entidades funcionarão lado a lado numa nova sede já anunciada pelos novos dirigentes e toda a infraestrutura do complexo será reavaliada. O que puder vai ser integrado. Moro também já disse que não pretende colocar de pé novos centros de lazer do Sesc, empreendimentos monumentais espalhados pelo Estado.
O que não vai faltar são novidades na Fecomércio pelos próximos anos. As mudanças prometem ser profundas. Algumas o novo presidente adianta para a coluna, na primeira entrevista concedida após a sua eleição.
Quais serão os principais eixos de atuação da nova diretoria da Fecomércio?
Sem dúvida teremos um processo novo de gestão e governança, com uma visão empresarial. Todos que estão assumindo são empresários e o objetivo é justamente ter uma outra visão. O nosso propósito é grande, entre outras coisas relevantes vamos reformar o estatuto. A proposta é para que a diretoria tenha mandato único de quatro anos, sem reeleição. Também quero alinhar o trabalho de Fecomércio, Sesc e Senac. As três entidades precisam funcionar com a máxima sinergia e num mesmo ambiente. Vamos trabalhar forte para realizar essa estruturação.
Desde que foi eleito, o senhor deixou claro que seria um único mandato e que era contra a reeleição. Por que essa contundência antes mesmo de assumir? Importante lembrar que o senhor será apenas o quarto presidente da Fecomércio/ES em quase 70 anos de história.
Entendemos que a alternância, numa entidade do tamanho do Sistema Fecomércio, é muito importante. E isso deve ser algo permanente, em busca do aperfeiçoamento da gestão e da governança. Quatro anos é tempo suficiente para uma diretoria, por isso, desde o início nós saímos em defesa do mandato único de quatro anos.
Idalberto Moro
presidente eleito da Fecomércio
"Também quero alinhar o trabalho de Fecomércio, Sesc e Senac. As três entidades precisam funcionar com a máxima sinergia e num mesmo ambiente"
O que os empresários do setor podem esperar do seu mandato?
Uma melhora na entrega dos serviços por parte do Sistema. Também queremos avançar no diálogo da Fecomércio com todas as esferas de governo - União, Estado e municípios. Muitas das demandas do empresário, caso da segurança, por exemplo, dependem desse diálogo. Vamos melhorar essa interlocução.
O senhor sempre fala em melhorar a prestação de serviço do Sesc e Senac. Onde é possível chegar?
Vamos fazer um aperfeiçoamento de gestão com a intenção de qualificar a oferta de serviços aos empresários, colaboradores, familiares e sociedade como um todo. O Senac vai ser responsável pelo desenvolvimento de um hub de inovação com foco em soluções para varejo, serviços e turismo. Vamos buscar parceiros, temos ótimos exemplos aqui em Vitória, e faremos algo diferenciado, afinal, principalmente o varejo, passa por mudanças profundas, precisamos encontrar alternativas. Queremos também analisar toda a utilização das estruturas físicas de Sesc e Senac. O que for possível será aproximado e integrado. Faremos ainda programas de educação a distância e também itinerante. O EaD tem o objetivo de escalar a qualificação. A educação itinerante vem para atender demandas pontuais sem grandes investimentos. Temos que levar qualificação para o interior, essas são boas alternativas.
Para terminar, a governança montada por esse grupo liderado pelo senhor se apoia muito num comitê gestor formado por outros cinco empresários - Claudio Sipolatti, José Carlos Bergamin, Luís Coutinho, Eliomar Avancini e José Carlos Bergamim. O próximo presidente da Fecomércio sai daí?
Essa é a ideia, que alguém do próprio comitê, que vai estar participando de todo o projeto, dê sequência a ele. Só não tem nome ainda, mas pelo menos há candidatos (risos). Importante dizer que esse comitê gestor, junto comigo, vai tocar toda essa estruturação que estamos propondo, com a qualidade que a entidade precisa.
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