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Setor de rochas do ES: faturamento continua bom, mas produção cai

Dólar valolrizado e aumento do valor agregado do material que está sendo vendido ajudam, mas concorrência imposta por indianos e frete marítimo atrapalham

Publicado em 10/11/2022 às 16h46
Rochas ornamentais impulsionam o desenvolvimento de Cachoeiro de Itapemirim
Rochas ornamentais impulsionam o desenvolvimento de Cachoeiro de Itapemirim. Crédito: Divulgação / Prefeitura de Cachoeiro

O setor de rochas do Espírito Santo passa por um momento curioso. O faturamento das empresas continua indo bem, mas os indicadores de produção apontam para uma queda já relevante, de quase 9,7% no ano, de acordo com o IBGE. Há vários fatores que explicam a situação, alguns muito bons, outros nem tanto.

O apontamento mais acurado de faturamento do setor é o volume de exportações. Entre janeiro e setembro de 2022, elas ficaram pouco acima de US$ 1 bilhão, uma variação positiva de 8,36% em relação ao mesmo período do ano passado. O dólar valorizado ajuda os empresários locais, mas não explica tudo. A expansão de receita se dá mesmo com uma queda de 3,25% no volume vendido para fora. Tales Machado, presidente do Centrorochas (Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais), aponta para o aumento do valor agregado do material exportado. "Estamos conseguindo vender um material mais caro, assim, embora o volume seja menor, o retorno é maior. Sob esse aspecto, é positivo".

O lado negativo da história aparece na concorrência pesada imposta pelos indianos. Há alguns aspectos aqui. O frete da Índia, grande produtora de rochas básicas, para os Estados Unidos (maiores compradores do mundo) está em US$ 3,5 mil, enquanto que os navios que partem do Brasil para os EUA pagam US$ 8,5 mil. Isso tem tirado competitividade e espaço dos produtos mais básicos do Brasil, que têm chegado ao mercado americano, principalmente por conta do frete, por quase o dobro do preço do material indiano. O impacto na produção local é direto.

Além disso, os materiais sintéticos estão impondo uma concorrência mais pesada para as rochas brasileiras. "O sintético, que vem muito da Ásia, responde por mais de 50% do mercado de revestimento. Estamos trabalhando forte juntos aos armadores para reduzir o frete, o que ajuda nosso material mais básico, e trabalhando muito na frente comercial para aumentarmos o tíquete médio. Os números mostram que estamos conseguindo, mas é possível ir mais, o mercado americano permite e gosta disso. Importante lembramos que os juros estão em alta nos EUA, isso impacta o mercado imobiliário, que é o nosso grande cliente", assinala Tales. Enquanto um contêiner de material básico sai por US$ 15 mil, um exótico chega a valer US$ 200 mil.

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