O comando do Sindiex (Sindicato do Comércio Exportação e Importação do Espírito Santo) preferiu esperar o fogo das reclamações do empresariado sobre os gargalos portuários do Espírito Santo dar uma baixada (embora a brasa ainda esteja bem quente) para se posicionar. A crise estourou em 12 de julho, quando Centro do Comércio de Café de Vitória e Centrorochas (Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais) soltaram uma carta apontando graves problemas na operação do Porto de Vitória.
Para Sidemar Acosta, presidente da entidade, há vários aspectos que devem ser observados. "A primeira coisa que precisa ser dita é que os gargalos têm causa: são décadas e décadas de investimentos insuficientes em infraestrutura, não só portuária. O problema é antigo, só estourou agora por causa de uma demanda, de importação e exportação, que cresceu mais rápido que o previsto e a estrutura posta acabou não suportando".
E o que fazer? Na visão do Sindiex, a solução mais rápida passa por dar mais previsibilidade aos atores do comércio internacional capixaba. "O setor precisa saber, com alguma antecedência, o que virá pela frente, precisa de previsibilidade. Veja o que aconteceu no primeiro semestre: enquanto a importação de carros elétricos e a exportação de café conilon cresceram muito, a capacidade de operação do TVV (Terminal Portuário de Vila Velha) estava reduzida porque os portêineres (grandes estruturas para a movimentação de contêineres) estão sendo modernizados. O porto precisa criar uma governança e o Comitê do Comércio Exterior (Comex) é o espaço ideal para isso. A Vports, que é a autoridade portuária, precisa liderar isso", assinalou o dirigente.
Dois fatores devem ajudar a afrouxar o nó até o final do ano: os três portêineres estarão em pleno funcionamento até setembro e a importação de carros não deve manter o mesmo ritmo do primeiro semestre.
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