Os capixabas Sergio Ribeiro e Willians Dias, fundadores da RadioLife, estão em vias de colocar no mercado um equipamento que promete revolucionar o diagnóstico de câncer e de doenças provocadas por vírus (como Covid) e bactérias. Trata-se do CubeScan, uma pequena máquina que, numa combinação de radiofrequência com machine learning (aprendizado da máquina, ramo da inteligência artificial e da ciência da computação que foca no uso de dados e algoritmos para imitar o aprendizado humano), consegue identificar alguma enfermidade.
"A existência de um vírus, uma bactéria ou de uma célula cancerosa é identificada pela radiofrequência por meio de um espectro de frequência, que é uma espécie de assinatura digital. A doença é identificada a partir desta assinatura, o reconhecimento é feito através do machine learning. A máquina aprende, durante os milhares de testes anteriores, a identificar a doença a partir da tal assinatura, de um rastro, que vírus, bactérias e o câncer deixam. Basta atualizarmos a máquina para que consiga identificar novas doenças virais, bacterianas ou tumores", explica Sérgio Ribeiro, CEO da RadioLife.
A empresa fica em Penn Valley, na Califórnia, perto do Vale do Silício. O CubeScan já foi patenteado nos Estados Unidos e agora os empreendedores tentam a autorização da FDA (Food and Drug Administration, órgão regulador norte-americano) para irem ao mercado ofertar a sua solução. O equipamento já recebeu autorização para operar no Chile. No Brasil, a RadioLife também já entrou com pedido de autorização junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que pediu a realização de mais testes.
"Estamos com uma parceria com o Lacen (Laboratório Central da Secretaria de Saúde do Espírito Santo) desde o ano passado. Fizemos, em paralelo com a testagem normal, 1.357 testes de Covid. Nossa acurácia ficou em 99,97%. Vamos fazer mais três mil nos próximos meses e buscar novos parceiros. Nosso equipamento não precisa de reagentes e o resultado sai em 10 segundos", assinala Ribeiro.
Os empreendedores capixabas estão conversando com grandes empresas interessadas em fazer parcerias e em investir no negócio. Um crowdfunding (financiamento coletivo) com o objetivo de levantar US$ 3 milhões deve ser aberto em breve. "Os testes são muito promissores e temos muita confiança no equipamento. Estamos agora conversando com eventuais parceiros e na fase de levantar recursos. Trata-se de algo que pode revolucionar o modo de diagnosticar doenças, é o começo do futuro".
A FIND, aliança global para diagnósticos, com sede na Suíça, está em contato com os capixabas para ampliar, tornar mais rápido e barato, principalmente nas regiões mais pobres do mundo, o diagnóstico de doenças como tuberculose e ebola.
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