A Tractian, startup industrial fundada pelo capixaba Leonardo Vieira e pelos sócios Igor Marinelli e Gabriel Lameirinhas, foi avaliada em R$ 1 bilhão na rodada internacional de captação de investimentos liderada pelo fundo norte-americano General Catalyst. O aporte feito pelos investidores na companhia - que desenvolve e fabrica sensores que identificam problemas em máquinas industriais e se antecipam às falhas (manutenção preditiva) - é de US$ 45 milhões (R$ 220,5 milhões na cotação atual). O objetivo é consolidar um crescimento de 300% (de faturamento), em 2023, e chegar aos mil clientes até o final de 2024 (hoje são 500).
"Começamos, em 2019, observando como os engenheiros e equipes de manutenção sofriam com as quebras inesperadas de máquinas. Será que não dava mudar essa realidade? Estudamos muito e chegamos a um sistema de monitoramento online que mostra que tem problema, qual é o problema e o que precisa ser feito. Tudo isso, claro, antes que a falha aconteça, que é o mais importante. Nosso índice de acerto supera os 90%. Lembrando que uma manutenção corretiva pode ser até 10 vezes mais cara do que uma preditiva", explica Leonardo Vieira, que, nesta quarta-feira (09), participou de um evento no Fonte Hub, na Rede Gazeta.
O sistema da Tractian, patenteado nos Estados Unidos, coleta, a cada cinco minutos, dados (como vibração, temperatura e horas trabalhadas) das mais de 30 mil máquinas onde os sensores estão instalados. Ferramentas matemáticas e de engenharia são usadas para apontar o erro. A inteligência artificial incorporada ao sistema, de posse de todas essas informações coletadas, também faz seus apontamentos de desvios. "É uma manutenção assistida por inteligência artificial. Com as ferramentas matemáticas e a base de dados, o sistema fica muito poderoso", assinala Vieira.
A Tractian, com sede em São Paulo, atua no Brasil, México e vai ampliar sua presença nos Estados Unidos. No Espírito Santo, está em empresas como Marca Ambiental, Fibrasa, Buaiz Alimentos, Cedisa, Suzano, ArcelorMittal e Petrobras. "Vamos buscar ampliar a nossa clientela, a qualidade dos nossos serviços e o portfólio de produtos". Sobre vender a empresa, o capixaba é curto e grosso. "Recebemos propostas o tempo todo, mas não temos a intenção de vender. Há muito por fazer, podem até parar de nos procurar".
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