O mercado capixaba de supermercados, reconhecido nacionalmente pela força das empresas locais, está tendo um 2024 de novidades importantes. Dois gigantes do setor, Assaí Atacadista e Supermercados BH, começarão a operar no Espírito Santo nos próximos meses. O Assaí vem a ser a segunda rede do Brasil em faturamento, R$ 59,7 bi no ano passado, atrás apenas do Carrefour (R$ 108 bi), que já opera no Estado. O BH, de Minas Gerais, teve uma receita de R$ 14 bilhões em 2022. Em comum, a agressividade de ambos no mercado - muita escala, menor margem, briga direta por preço e, consequentemente, dor de cabeça para a concorrência.
Empresários e especialistas do ramo afirmam que Assaí e Supermercados BH, embora encontrem as redes capixabas bem posicionadas - com caixa, gestão profissional e boa estrutura de atendimento no atacado e varejo -, darão uma mexida no mercado. "São duas empresas muito grandes, que trabalham com muito volume, ou seja, conseguem boas condições com fornecedores, e com menor margem. Isso significa que a briga por preço vai se intensificar. Vão dar trabalho e as redes do Estado terão de prestar muita atenção no movimento para não perderem terreno. Acredito em um cenário de margens menores e com os novos entrantes ganhando um espaço, só não sei dizer o tamanho disso. É, sem dúvida, um cenário desafiador", assinala um importante empresário e dirigente do varejo capixaba.
O Assaí inaugura a sua primeira loja no Espírito Santo ainda em 2023, em Valparaíso, na Serra, e abre 800 vagas de emprego. O Supermercados BH, por sua vez, vai incorporar as 34 que hoje pertencem ao EPA e ao Mineirão Atacarejo, do Grupo DMA, que está deixando o Estado. Ou seja, por ora, não tem loja nova, mas a expectativa, diante do histórico da empresa, que tem 260 estabelecimentos em Minas Gerais, é de agressividade na disputa pelo consumidor e na expansão da rede.
"As empresas capixabas são muito profissionais, têm proximidade com o consumidor e já possuem uma importante rede de atendimento. Isso é um ponto muito positivo nessa disputa. Outro fator relevante é o movimento de expansão via atacarejos iniciado na década passada, isso trouxe mais volume para eles, vai ser importante na disputa que terá início nos próximos meses", pondera um observador do mercado.
Mas o que os de fora estão enxergando no Estado? Algumas coisas. O Espírito Santo tem uma população com boa renda, o ambiente de negócios é dos melhores no país, o poder público (Estado e municípios) cumpre os compromissos e a expectativa é de um crescimento econômico acima da média nacional nos próximos anos - puxado principalmente pelo avanço das commodities e, principalmente, pela consolidação logística.
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