A Suzano anunciou nesta segunda-feira (24) a compra dos ativos de papéis sanitários (tissue) da norte-americana Kimberly-Clark no Brasil. O negócio ficou próximo dos US$ 200 milhões. A companhia, uma das maiores produtoras de celulose do mundo, avança no processo de agregação de valor da sua produção e alcança 22% do mercado brasileiro de tissue. A Suzano torna-se dona de marcas relevantes como o papel higiênico Neve, um dos mais consumidos do país, e de uma fábrica de papéis sanitários em Mogi das Cruzes (SP), com capacidade de 130 mil toneladas por ano.
Qual é o impacto da aquisição aqui para o Espírito Santo? Na avaliação de executivos ouvidos em reserva, é positivo. A Suzano - que foi Aracruz Celulose e depois Fibria no Estado - tem um importante ativo industrial por aqui. Tudo começou com as fábricas de celulose de fibra de eucalipto, uma commodity. Nos últimos anos, a companhia acelerou o processo de verticalização e agregação de valor à produção. Em março do ano passado, inaugurou a fábrica de papéis sanitários de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Espírito Santo, com capacidade para 30 mil toneladas ano. Um investimento de R$ 130 milhões. Em junho deste ano, a Suzano anunciou a intenção de fazer mais uma unidade de tissue no Estado, em Aracruz, com capacidade para 60 mil toneladas por ano. Um aporte de R$ 600 milhões. A expectativa é de que a operação seja iniciada em 2024.
Na visão do executivo, a aquisição da Kimberly-Clark no Brasil confirma a disposição da Suzano de agregar valor à produção e o Espírito Santo faz parte deste ecossistema. É muito provável que as fábricas capixabas passem a fazer produtos de marcas como Neve com o objetivo de distribuir para os mercados do Sudeste, Norte e Nordeste. "A Suzano vem dando um recado claro de para onde pretende ir. O Espírito Santo, por tudo que foi anunciado até agora, está dentro desse barco".
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