O acordo de Mariana, ao que parece, vai mesmo ser assinado nos próximos dias. Vale, BHP e Samarco devem pagar quase R$ 170 bilhões na reparação das consequências do estouro das barragens de Mariana, em novembro de 2015, sendo R$ 100 bilhões em novos recursos (outros R$ 68 bi ou já foram pagos ou têm destinação definida). A BR 262, no Espírito Santo, receberá R$ 2,3 bilhões.
"Colocamos no acordo que parte dos recursos de livre destinação que caberão ao governo do Espírito Santo irão para a ampliação e modernização da BR 262. Serão R$ 2,3 bilhões para o trecho entre Viana e a divisa com Minas Gerais. O governo de Minas resolveu colocar o seus recursos em outra rodovia, portanto, os aportes com dinheiro da reparação serão feitos até a divisa. É uma grande notícia para os capixabas, acaba com um dos nossos grandes gargalos de infraestutura", comemorou o governador Renato Casagrande.
Como se trata de um recurso estadual destinado a uma rodovia federal, o dinheiro será "carimbado", ou seja, o governo federal não poderá usar o recurso se não for no trecho da 262 que corta o Espírito Santo. "Aí existe um debate da forma como fazer. O governo do Estado defende a utilização direta do recurso nas obras, que seriam tocadas pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). A outra possibilidade seria uma concessão patrocinada, com o dinheiro entrando para fazer o equilíbrio do contrato. Hoje, a nossa defesa é para começar as obras e depois fazer a concessão à iniciativa privada", explicou o governador.
O projeto executivo da 262 já foi contratado pelo Dnit e será entregue em julho do ano que vem. Os mais de R$ 2 bi que virão do acordo devem ser suficientes para bancar, pelo menos, o trecho entre Viana e Venda Nova do Imigrantes, um dos mais complexos de toda a estrutura. "A primeira etapa, que era garantir o recurso, foi vencida, agora vamos entrar nos detalhes dos prazos, valores e projeto".
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