A Marca Ambiental fechou acordo e a gigante francesa Air Liquide, líder mundial no segmento de gases industriais, vai montar a unidade de biometano que a empresa capixaba quer colocar para funcionar em julho do ano que vem, em Cariacica, onde a Marca opera o maior parque sanitário do Espírito Santo. Os franceses devem entregar o equipamento pronto e montado em um ano. O investimento total ficará em R$ 70 milhões e a produção será, a princípio, de 25 mil m³ por dia de biometano. Em 2035 a produção deve alcançar os 100 mil m³ diários.
Trata-se de um projeto que nasceu há alguns anos. O biometano é derivado da purificação do biogás (composto de metano e dióxido de carbono), que é o gás oriundo do processo de decomposição de resíduos orgânicos. Os aterros, portanto, são fontes inesgotáveis de biogás. Depois de processado, o biogás vira biometano, um combustível renovável, de baixo carbono e que substitui o gás natural, que é de origem fóssil. A Marca Ambiental é responsável pelo recolhimento de mais de 50% do lixo gerado no Estado. Grande parte do material vai para uma área de mais de 3 milhões de m² que a empresa mantém em Cariacica.
Nesta quinta-feira (18), no Palácio Anchieta, na presença do governador Renato Casagrande, o acordo entre Marca Ambiental e Air Liquide será assinado. Está em negociação um acordo para o financiamento do projeto. Seriam usados recursos da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia) repassados pelo Bandes.
A Marca tem conversas com possíveis clientes do biometano. A ideia é fazer a venda direta, remunerando a ES Gás, distribuidora de gás no Espírito Santo, pelo uso dos dutos, e também injetar na rede da ES Gás, que fará a distribuição normal para a sua clientela. No final do ano passado, Marca e ES Gás fecharam entendimento sobre o tema.
"Assinado o acordo para colocar a fábrica de pé, vamos mergulhar nas questões comerciais. A ideia é termos contratos no mercado spot (de curto prazo) e também com a distribuidora. Estamos muito animados, as perspectivas são as melhores", assinalou Diogo Ribeiro, diretor de Novos Negócios do Grupo Marca.
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