Até o início dos anos 2000, o café arábica do Espírito Santo, principal atividade agrícola do Estado desde meados do século XIX, era tido como de baixa qualidade. O conilon, que ganhou espaço a partir dos anos 60, é ideal para blend (mistura), no jargão do negócio. A situação começou a mudar nos últimos anos, com produtores, destacadamente os das montanhas capixabas, investindo forte em qualificação e agregando valor à produção.
O movimento está dando bons resultados, já são R$ 1 bilhão em vendas de cafés especiais movimentados pelo Espírito Santo, com um volume de 600 mil sacas do produto comercializado. A conta é do Grupo Tristão, dono da marca Realcafé e um dos grandes incentivadores da valorização do café capixaba. Há 17 anos a companhia organiza o Prêmio Realcafé Reserva UCC de Qualidade, feito em parceria com a gigante japonesa Ueshima Coffee Company. A ideia, que deu certo, era incentivar os produtores a produzir cafés acima de 80 pontos.
“Logo no início do prêmio percebemos que era necessário valorizar o produtor rural para que conseguíssemos o café com a qualidade que esperávamos nas montanhas do Espírito Santo. A compra da saca dos lotes finalistas com valor agregado foi uma forma de estimular a produção dos grãos de qualidade”, explicou o gerente de Vendas da Realcafé Reserva, Henrique Tristão.
“Trouxemos avaliadores japoneses que se encantaram com o café das montanhas do Espírito Santo. O prêmio consolida nossos arábicas como cafés com mais de 80 pontos de avaliação sensorial, isso é excelente. É a valorização do produto capixaba. Esse mercado não para de crescer e de um tempo pra cá nossos cafés que eram exportados começam a fazer parte das nossas vendas internas”, comemora o superintendente da Tristão, Márcio Ferreira, que também preside o Centro do Comércio de Café de Vitória.
As inscrições para o prêmio deste ano estão abertas e se encerram no dia 25 de novembro. Serão distribuídos R$ 45 mil aos três primeiros colocados, sendo R$ 20 mil para o primeiro, R$ 15 mil para o segundo e R$ 10 mil para o terceiro classificado. Além disso, os lotes finalistas serão comprados pela empresa organizadora por R$ 1,7 mil a saca de 60 quilos.
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