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Veto de Lula pode ser fatal para a importação de carros pelo Espírito Santo

Dentro do Mover, pacote de incentivos ao setor automotivo, o presidente vetou o modelo de importação de carros e peças por encomenda, que é responsável por 85% do movimento capixaba

Publicado em 27/06/2024 às 14h16
Carros importados estacionados no Terca, em Cariacica
Carros importados estacionados no Terca, em Cariacica. Crédito: Divulgação/TercaZilli

Um veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve ser publicado nesta sexta-feira (27) no Diário Oficial da União, pode cair como uma bomba no principal item da pauta de importação do Espírito Santo: carros elétricos. Nesta quinta-feira (27), o presidente sancionou o Mover, novo programa do governo de incentivo à indústria automobilística. Dentro deste pacote, durante a tramitação no Congresso Nacional, foi incluída uma emenda regulamentando as importações por conta e ordem (quando os custos são pagos pelo comprador final da mercadoria) e as importações por encomenda (quando os custos são pagos pela empresa importadora). Lula vetou a parte da importação por encomenda, responsável por 85% do movimento capixaba.

"É um duro golpe dado em uma atividade estratégica para o Espírito Santo. A decisão presidencial sairá no Diário Oficial de amanhã (sexta), mas já temos a informação de que este trecho específico foi vetado. Sabe a história do 'muito ajuda quem não atrapalha'? É isso", disparou o vice-governador e secretário de Desenvolvimento do Espírito Santo, Ricardo Ferraço.

"Entre janeiro e maio, entraram, pelos portos do Espírito Santo, R$ 13 bilhões em carros importados. Isso movimenta uma enorme cadeia, emprega milhares de trabalhadores e gera centenas de milhões em impostos aqui para o Estado. Só para as pessoas terem uma ideia, são mais de mil carretas dedicadas para essa carga. Como vai ficar tudo isso depois deste veto? Mais de 80% do movimento que vem para o Estado é pelo modelo de encomenda, os empresários vão sentar e fazer as contas, mas é certo que já está criado um ambiente de insegurança, o que é sempre péssimo para a economia".

Até agora, os modelos de importação eram regidos por uma portaria da Receita Federal. "A ideia da emenda era dar mais segurança, afinal, vira lei. A questão é que, por algum motivo que eu ainda não sei qual é, o presidente resolveu vetar a parte da importação por encomenda. Importante dizer que há quase trinta anos o sistema funciona desta forma, com os dois modelos de importação. Agora vamos entrar em um voo cego, que ameaça uma atividade que vinha muito bem no Espírito Santo, se expandindo e agregando valor. É um grande equívoco do governo federal, atrapalha o desenvolvimento da cadeia automotiva em outros estados, vai concentrar cada vez mais em São Paulo", disse Ferraço.

A partir de agora será iniciada uma mobilização para a derrubada do veto presidencial no Congresso. Bancada federal, empresários e entidades já iniciaram os trabalhos.

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