A Vports, antiga Codesa, possui uma área de mais de 500 mil m², em Barra do Riacho, Aracruz, entre Portocel e Porto da Imetame, que está pronta para ser utilizada. Os executivos da concessionária, que já analisam a instalação de uma usina termelétrica no local, agora se debruçam sobre uma nova possibilidade: descomissionamento de plataformas de petróleo. Um negócio gigantesco que começa a ganhar tração no Brasil. Só a Petrobras prevê gastar US$ 11 bilhões (R$ 54,5 bilhões a preço de hoje) com isso até 2028.
"Estamos falando de estruturas que operam por 30 anos ou mais e a indústria do petróleo no Brasil é relativamente nova, portanto, isso está começando a ganhar corpo agora e vai durar por muito tempo, a operação de óleo e gás no Brasil cresceu muito nas últimas duas décadas. São poucos os que fazem este trabalho, hoje, no Brasil, as companhias precisam mandar para Europa e Estados Unidos, onde a indústria do descomissionamento está estabelecida. Estamos analisando as possibilidades, a nossa localização é muito boa", explicou Ilson Hulle, CEO da Vports, durante a Intermodal, feira encerrada nesta quinta-feira (07), em São Paulo.
Até 2028, somente a Petrobras irá desmobilizar 23 plataformas. Outras 40 virão daí para frente. O trabalho exige legislação ambiental específica e muita tecnologia. "Estamos em conversas com os órgãos ambientais e especialistas na área para saber como proceder. As regras ambientais são diferentes e rigorosas. Importante dizer que a parte submarina do descomissionamento, que envolve todos aqueles equipamentos que estão abaixo da linha d'água, já é feita pela Technip, na operação que eles mantêm dentro da área do porto, no Centro de Vitória. A ideia para Barra do Riacho é tratar da parte do navio que está acima da lâmina d'água", disse Hulle.
O executivo acredita que o mais provável é a formação de um consórcio de empresas, liderado pela Vports, para tocar o negócio. "O modelo está sendo analisado, acredito que teremos de trazer, por exemplo, um especialista em destinação de resíduos, uma empresa de engenharia, tudo liderado pelo porto, e formar um consórcio. Nos próximos meses deveremos fechar isso".
Outro ponto importante: os componentes de um navio têm alto valor de mercado, portanto, a ideia é ganhar com o descomissionamento e também com a destinação final dos equipamentos e materiais que serão desmontados.
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