No início de 2018, a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu a enxaqueca no rol das enfermidades mais incapacitantes. Trata-se de uma doença neurológica, hereditária e crônica, que atinge cerca de 15,2% da população brasileira. Normalmente, no cérebro de uma pessoa que tem enxaqueca acontece um disparo excessivo dos neurônios do sistema de dor, fazendo com que o sintoma comece fraco e latejante em uma metade da cabeça e aumente progressivamente em intensidade. A essa dor associam-se sinais como a aversão à luz, barulho e odores, bem como náuseas e vômitos.
Sendo uma queixa que acomete muitos adultos em idade produtiva, as crises incapacitantes têm impacto social, econômico e emocional e infelizmente costumam ser tratadas somente nas fases de agudização. Numa tentativa de prevenir as crises e também minimizá-las caso ocorram, a acupuntura vem como escolha de baixo custo e eficácia sem efeitos colaterais.
Um estudo conduzido em 2007 na Itália acompanhou 160 pacientes que sofriam de enxaqueca, dividindo-os em quatro grupos, o que recebeu acupuntura verdadeira (pontos escolhidos mediante avaliação pela medicina chinesa), o que recebeu acupuntura simulada (agulhas não foram inseridas), um grupo com acupuntura padronizada (pontos predeterminados) e o grupo que recebeu somente terapia de alívio (medicamento para crises). Todos os participantes receberam autorização para usar a medicação para crises durante o tratamento, seja ele simulado ou real.
Os resultados sugerem que a acupuntura é uma ferramenta eficaz na prevenção da enxaqueca, de forma que através do olhar da medicina tradicional chinesa o paciente pode ser melhor compreendido e cuidado. O grupo que recebeu a acupuntura verdadeira, com diferenciação de síndromes energéticas feita de forma adequada teve melhora significativa nos acompanhamentos de três e seis meses.
A concepção de saúde que compreende a manutenção do equilíbrio ao invés de simplesmente esperar a doença se instalar para tratar mostra a forma coerente de encarar os processos de saúde e adoecimento de uma filosofia milenar de abordagem do cuidado. De acordo com a medicina tradicional chinesa, as enxaquecas vêm de excessos cometidos pelos nossos hábitos de vida, que podem resultar em deficiências energéticas ou estagnações nesse trânsito, atrapalhando o funcionamento do organismo. O tratamento, além de promover a harmonização deste funcionamento, também conta com orientações domiciliares para manutenção dos resultados.
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