Um trauma cortante. Uma resposta de cicatrização. Esta é a via esperada de melhora para a lesão nos tecidos. Dando atenção especial para a pele, que é a que podemos ver e é a maior víscera do nosso corpo, temos uma região exposta. Para além da pele e os outros tecidos que ficam imediatamente abaixo dela, temos as emoções e os traumas vêm como uma força da natureza provocada ou incontrolável e causam cicatrizes dolorosas.
As cicatrizes se expandem. Sendo físicas podem provocar dor, diminuição de mobilidade e estiramento na região. Expandidas lateralmente chamamos de hipertróficas. Expandidas em altura chamamos de queloide. Sendo um tecido altamente inervado e vascularizado, temos aí um grande bombardeio de informações da região para o cérebro e o que vem fechar uma ferida aberta em forma de cicatriz visando sobrevivência se traduz em cicatriz ativa, dolorosa, pouco móvel. E mover-se é inerente à vida, pois é em movimento que encontramos o equilíbrio.
As cicatrizes emocionais também se expandem, e como as físicas, tendem a fazer com que fiquemos imóveis. Nas duas situações, o maior objetivo é ganhar movimento, informar ao cérebro que está tudo bem mover-se, que o trauma cortante já se desfez. O melhor meio para executar é lentamente, estando ao lado, reforçando o melhor da estrutura, desestimulando os padrões anômalos.
Um trauma cortante, uma cicatriz, um movimento, um alento, uma sobrevida. A textura lida pelo toque como aprendizado se transforma em sabedoria e lembrança, uma coisa bonita que mora no corpo, um beijo do tempo de quem experienciou e viveu.
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