Mais de dois terços das mulheres grávidas sentem dor lombar e quase um quinto sente dor pélvica. Ambas condições podem ocorrer separadamente ou juntas e normalmente aumentam com o avanço da gravidez. Há ainda os fatores de risco para desenvolver estas queixas que envolvem aumento de peso durante a gravidez, história anterior de lombalgia e baixa satisfação no trabalho.
Queixas tão prevalentes acabam gerando incapacidades, afastamento precoce do trabalho (antes do período esperado para licença maternidade) e um grande temor de não conseguir realizar parto natural devido à dor.
Há evidências de baixa qualidade de que exercícios podem reduzir a dor lombar relacionada à gravidez e evidências de qualidade moderada a baixa sugerindo que qualquer exercício melhora a incapacidade funcional e reduz as licenças médicas. Evidências de estudos únicos sugerem que a acupuntura ou terapia craniossacral melhora a dor pélvica relacionada à gravidez, e a osteopatia ou uma intervenção multimodal (terapia manual, exercícios e educação) também pode ser benéfica.
A osteopatia é uma abordagem que avalia o corpo inteiro para diagnosticar, tratar e prevenir doenças ou lesões através da restauração do movimento com técnicas manipulativas. Sendo o período gestacional e da lactação um momento em que muitas condutas são contraindicadas, a osteopatia vem como uma excelente estratégia para normalização dos tecidos da região lombar e pélvica e sofrem tantas mudanças com o aumento do volume do útero gravídico.
As técnicas de terapia craniossacral podem ser usadas para liberar o acúmulo de tensão na fáscia de conexão, ligamentos e músculos da região lombar e pélvica, promovendo uma sensação de relaxamento e aprimorando a consciência corporal.
A acupuntura consiste na punção de agulha em pontos meridianos clássicos, com o objetivo de promover o fluxo de energia. O manejo da dor lombar e pélvica com acupuntura ativa os mecanismos opioides de alívio da dor do próprio corpo.
Educar a gestante sobre técnicas de relaxamento, evitando crenças sobre posturas e fragilidade da coluna tende a acalmar e alinhar as expectativas neste momento em que naturalmente já há muitos planejamentos para uma boa hora.
Por fim, recomenda-se um cuidado integral a pessoa, especialmente pelo período delicado em que já não é mais somente uma pessoa, neste período geracional e gestacional, o acolhimento com combinação de técnicas parece ser o mais adequado e seguro.
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